Uma tempestade de poeira com 500 quilómetros de largura e 100 quilómetros de comprimento invadiu o sudeste da Austrália e pintou os céus de vermelho. A parede de terra seca é tão grande que podia cobrir toda a distância que separa Londres, em Inglaterra, de Paris, em França. A autoridade australiana de saúde pública emitiu um alerta por causa da fraca qualidade do ar e pediu que a população permanecesse em casa. Dezenas de pessoas estão a dar entrada nos hospitais com problemas respiratórios, principalmente episódios de asma.

O vídeo aqui em baixo mostra a chegada de uma parede de poeiras nos arredores de Wilcannia e de Broken Hill, na zona rural de Nova Gales do Sul.

De acordo com o Comité de Meteorologia australiano, este é um fenómeno semelhante — embora menos intenso — ao que atingiu os estados de Nova Gales do Sul e de Queensland em 2009. A origem da tempestade de poeira é uma seca que está a atingir o sul da Austrália desde agosto. O vento que se levantou nos últimos dias, à conta de um centro de baixa pressão atmosférica que estacionou por cima do país, está agora a levantar partículas de terra nos terrenos mais secos da Austrália e a arrastá-las para dentro das cidades.

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Este vídeo mostra o avanço da tempestade no sul e sudeste do país.

O instituto meteorológico também confirmou que a parede de poeira começou a entrar dentro de Sidney, Camberra, Central Coast e da região de Illawarra desde esta quarta-feira. Embora a região da Grande Cordilheira Divisória — que vai desde Queensland ao longo de toda a costa oriental até ao extremo sul do país — prevê-se que a tempestade piore dentro das cidades durante as próximas horas.

As imagens de satélite da tempestade estão aqui em baixo.

Esta é uma consequência de uma das maiores secas de que há registo na Austrália. Em agosto, quando ainda era inverno no país, o estado de Nova Gales do Sul foi considerado seco a 100%. Em setembro todo o país atravessou o mês mais seco dos últimos 100 anos. O abastecimento de água está comprometido em algumas comunidades e os campos de cultivo secaram ao ponto de já não serem férteis.