Organizações da sociedade civil moçambicanas exigiram esta quinta-feira a demissão do governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, acusando-o de arrogância no tratamento do “apagão” do sistema de pagamentos eletrónicos da rede bancária do país.

“As aparições públicas de Rogério Zandamela têm criado incerteza nos mercados e nas empresas e revelam arrogância”, diz um comunicado divulgado esta quinta-feira por cinco organizações da sociedade civil.

O governador do Banco de Moçambique geriu a paralisação das caixas automáticas e dos pontos de pagamento eletrónicos com ligeireza e desprezo em relação aos prejuízos provocados nos utentes, entendem os subscritores do comunicado.

As organizações consideram haver um conflito de interesse pelo facto de o Banco de Moçambique ser regulador e igualmente acionista da Simo, empresa gestora do sistema de pagamentos eletrónicos.

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“Existe, claramente, um insanável conflito de interesses. As organizações da sociedade civil exigem que seja reposta a transparência na gestão do sistema eletrónico da banca moçambicana”, lê-se no comunicado.

As caixas automáticas e pontos de pagamento eletrónico da rede bancária moçambicana não funcionaram entre sexta-feira da semana passada e quarta-feira desta, depois de o fornecedor da plataforma eletrónica, a empresa portuguesa Bizfirst, ter cortado o serviço, devido a um litígio com a Simo.

O sistema foi restaurado, após a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) chegar a acordo com a Bizfirst.