Há duas batalhas sem tréguas entre os fabricantes de veículos eléctricos, que de momento ainda não são muitos, mas é um “clube” que promete crescer exponencialmente nos próximos três anos. A primeira trava-se ao nível da eficiência das baterias de lítio, que depende sobretudo da tecnologia utilizada. Isto tem a ver, por exemplo, com o facto de as células serem cilíndricas, de bolsa ou prismáticas, se o cátodo é de níquel-cobalto-manganês, ou se trocam este último elemento por alumínio, ou se o ânodo é em grafite ou de qualquer outro material menos eficaz.

Como se isto não bastasse, há depois a questão dos custos, que a guerra ao cobalto tem ajudado a diminuir – ou não fosse o elemento mais caro de uma bateria deste tipo -, pela redução da quantidade utilizada. Um estudo agora divulgado, e produzido pelo analista da UBS Colin Langan, mediu o pulso ao custo do kWh junto dos principais fabricantes de células para bateria. E os resultados são mais baixos do que se calculava.

Segundo Langan, comparando as células da Tesla/Panasonic, com as da LG Chem, da Samsung SDI e da CATL (Contemporary Amperex Tecnology), o menor custo por kWh é o obtido pela Gigafactory 1 da Tesla, de onde saem as células cilíndricas 21700 de NCA (níquel-cobalto-óxidos de alumínio). De acordo com o técnico da UBS, o preço médio por kWh na fábrica da Tesla no Nevada é de 111 dólares, o que representa uma redução de 30% quando comparado com o que a Tesla suportava quando construía os packs com células produzidas pela Panasonic no Japão. Ainda assim, a marca americana já anunciou que está a proceder optimizações destas mesmas células para fixar o custo por kWh em 100 dólares (cerca de 88€), valor de que necessita para ser viável propor a versão mais acessível do Model 3 por apenas 35.000$.

De recordar que a Gigafactory 1 da Tesla, fruto de um investimento total de 5 mil milhões de dólares, levou o fabricante japonês de baterias a pagar mil milhões para ser o parceiro  e fornecedor exclusivo, fabricando as células cujos design e tecnologia são desenvolvidos em parceria com o fabricante de automóveis. Contudo, este enorme investimento não provocou, aparentemente, grandes sacrifícios à Panasonic, que ainda recentemente admitiu que a Tesla é o seu cliente mais lucrativo, afirmando que “é mesmo o único contrato de baterias de automóveis de que retiramos uma margem de lucro sólida”.

No ranking da UBS, tornado público pelo Financial Times, o segundo melhor valor pertence à LG Chem, com 148$ por kWh, um valor competitivo, mas ainda assim 33% mais elevado do que a Tesla/Panasonic. Os restantes produtores de baterias, da Samsung à CATL, são ainda mais caros, “oferecendo” à Tesla/Panasonic uma vantagem mínima de 4.000 dólares por pack de 100 kWh. Segundo a UBS, estes quatro fabricantes de baterias vão controlar 70% do mercado em 2025, com Langan a prever igualmente que os custos das baterias vão cair mais 10% nos próximos dois a três anos.

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