Degrau

Rua do Carmo, 88, Lisboa. 21 588 9660. De segunda-feira a domingo, das 11h às 20h

Os mesmos aventureiros que, há dez anos, trouxeram a Paez da Argentina para Portugal, acabam de abrir uma loja para quem gosta de descobrir novas marcas. A Degrau tem uma missão exigente pela frente. Além de estar em pleno Chiado, ocupa uma Loja com História, anteriormente habitada pela Livraria Aillaud & Lellos. Do interior ficou quase tudo, incluindo a coluna central, o painel em vidro e até o amor aos livros. Nas estantes e expositores, contam-se dezenas de lombadas. Para já, são meros elementos decorativos, mas em breve haverá uma seleção feita por Matilde Campilho, uma amiga da casa, bem como uma agenda de leituras e lançamentos a fazer recordar os velhos tempos do número 88 da Rua do Carmo.

Mas foquemo-nos no cesto de compras. Além das alpercatas argentinas, que apareceram só para alavancar as primeiras semanas da loja, Carlos Coutinho e Ricardo Ortigão Ramos, os dois sócios responsáveis pela loja, trouxeram a tão desejada Superga. Claramente, era uma daquelas marcas que, volta e meia, farejávamos online, ou que, nas idas ao estrangeiro, penávamos até encontrar. Para a Degrau, vieram os clássicos e os modelos com glitter. Os óculos e relógios da Komono ocupam uma boa parte da loja, os ténis executivos da espanhola Muroexe e as mochilas alemãs da Ucon completam a lista de básicos.

Nem só de compras e livros viverá a Degrau. A relação com as artes plásticas também se quer bem cultivada, a começa pela montras que estão sobre a entrada. Não chega a ser uma open call, mas há, certamente, abertura para ideias originais.

Degrau, a nova loja multimarca da Rua do Carmo © Divulgação

Massimo Dutti Flagship Store

Avenida da Liberdade, 193, Lisboa. 21 052 2370. De segunda-feira a domingo, das 10h às 20h

Há lojas e lojas. Umas onde se vai com o intuito exclusivo de fazer compras, outras que valem o passeio e onde entramos pelo simples prazer de olhar, mexer e fotografar. Sem querer arruinar o negócio da cadeia espanhola, a nova flagship store da Massimo Dutti é um ótimo exemplo desta segunda categoria. O mérito da marca começa logo com a escolha do próprio espaço, um palacete do final do século XIX, classificado como Monumento de Interesse Público e que, em tempos, já albergou organismos públicos. Agora, depois da intervenção do arquiteto espanhol Lázaro Rosa-Violán, responsável pelo projeto do restaurante JNcQUOI, até parece que uma família muito rica voltou a ocupar o edifício.

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A loja distribui-se por três pisos — rés-do-chão, cave e primeiro andar — e, como qualquer residência burguesa que se preze, é composta por uma sucessão de salas, salões e salinhas, decoradas, não como se fossem uma superfície comercial comum, mas como uma verdadeira casa. Peças de design, antiguidades, expositores em madeira, metal, couro e cortiça feitos à medida, sofás e poltronas parecem ter sido ali postos para serem protagonistas de um catálogo de decoração. Mas não, as estrelas continuam a ser as roupas e acessórios. A loja divide-se, essencialmente, entre duas secções: a masculina e a feminina. A primeira tem um salão reservado ao serviço de alfaiataria. Já na cave, existe uma sala, a antiga cozinha da casa, só para os perfumes da marca espanhola. No primeiro andar, há outro extra: uma sala dedicada à editora alemã Taschen, com uma parede cheia de livros.

Nas traseiras do edifício, há um jardim privativo, espaço que apanha de surpresa até a clientela mais difícil de impressionar. A tecnologia não ficou de fora. Os espelhos são inteligentes e reconhecem qualquer peça da loja, basta aproximá-la. Além de tamanhos, cores e composição, o cliente tem acesso a catálogos, peças semelhantes ou complementares e até a artigos que, eventualmente, não estejam disponíveis na loja. Os provadores também são inteligentes. Quem é que nunca teve de vir para o meu da loja descalço, só para pedir o tamanho acima? Na nova Massimo Dutti, não vai ser preciso (por um lado, infelizmente). Sem sair do cubículo, pode pedir a loja inteira, alguém lhe há-de bater à porta com o que precisa. O rol de ideias espertinhas fica completo com o serviço “Scan & Shop”. É possível arruinar a conta bancária e sair sem um único saco. Através da app da marca, pode registar todas as peças que quer comprar, pagar remotamente e pedir para entregar onde bem entender. Mas atenção, pode sempre entrar só para ver. Vale a pena.

A flagship store da Massimo Dutti ocupa um palacete do século XIX, em Lisboa © GUSTAVO GALHARDO FIGUEIREDO

Extreme Urban Footwear

Rua da Misericórdia, 94, Lisboa. 21 596 8238. De segunda-feira a domingo, das 10h às 20h

Isto dos ténis, como sabemos, pode ser uma febre. Há quem vasculhe a internet há procura daquela edição especial. Há quem troque pares com desconhecidos como quem troca cromos para completar a caderneta, com uma diferença — a caderneta de um colecionador de ténis (ou sapatilhas, se preferir) nunca fica completa. Depois de 14 lojas em centros comerciais, a Extreme Urban Footwear abriu a primeira loja de rua em pleno Chiado. Chamam-lhe Sneaker Premium Store e promete ter os modelos que meio mundo anda a procurar.

A seleção de marcas entusiasma qualquer apreciador do calçado desportivo — das clássicas Adidas, Nike e New Balance ao fenómeno Fila –, embora a nova loja também tenha espaço para alguns expositores de roupa e acessórios da Estpack e da New Era. Daqui em diante, o espaço quer apostar em edições limitadas e colaborações, daquelas que não se encontram a virar da esquina.

Extreme Urban Footwear abriu no Chiado e é a 15ª loja de uma cadeia portuguesa © Divulgação

Carla Pontes // lab store

Rua Cândido da Cunha, 152 L, Barcelos. 25 384 4233. De terça-feira a sábado, das 10h às 10h

Conhecemo-la do calendário de desfiles do Portugal Fashion. Agora, Carla Pontes acaba de abrir a sua primeira loja, um espaço híbrido, onde, além de receber clientes, a designer montou um atelier que divide com o irmão, o arquiteto João Pontes. Ter um ponto de venda própria era um desejo de há algum tempo que agora se materializou em Barcelos, onde a criadora vive e onde já trabalhava. No ano passado, Carla já tinha testado a ideia através de uma pop-up store. O seu design, caracterizado por linhas simples e intemporais, assenta sobretudo na escolha dos materiais, malhas e tecidos termocolados, posicionando-se acima das tendências mainstream.

Isso nota-se na nova loja. Juntamente com a atual coleção, há peças de estações anteriores e todas elas continuam atuais. Ao contrário de muitos outros designers portugueses, Carla Pontes tem vendido sobretudo dentro de Portugal. Só na última estação é que uma grande encomenda superou o volume de vendas no mercado interno. Em Lisboa e no Porto, a marca fundada em 2012 está presente em vários pontos de venda, entre eles a The Feeting Room, a Scar-id e a Panamar.

Carla Pontes criou a sua própria marca há seis anos. Agora, abriu a sua primeira loja © Divulgação

Smoky Olive

Rua Almeida Garrett, 22, Setúbal. De terça-feira a sábado, das 11h às 19h

No início do ano, Helena Coelho e Joana Duarte — a ex-manequim e a atriz, precisamente — montaram uma loja no Instagram. Mas não era uma loja qualquer. A Smoky Olive nasceu para ser uma montra de moda vintage e, com o tempo, mostrou ter um toque dos anos 70 e um apetite especial pelo estilo western. Agora, o projeto da dupla ganhou um espaço físico, que é também uma aposta na descentralização. Em Setúbal, Helena e Joana abriram uma loja onde até a fachada condiz com o estilo das roupas.

Através de viagens e pesquisas online, a ex-modelo e apresentadora foi reunindo peças, entre elas vestidos vaporosos, coletes bordados e blusões com franjas. Agora, a loja que abriu na sua terra natal respira a mesma estética. Além de roupa, a Smoky Olive também tem malas e outros acessórios, todos eles desempoeirados pelas próprias sócias.

Smoky Olive, a loja vintage de Helena Coelho e Joana Duarte © Divulgação