Histórico de atualizações
  • Terminaram as duas horas de pergunta e resposta entre Governo e alunos e professores da Universidade do Minho

    Durou perto de duas horas. Foi o terceiro encontro do Governo com os cidadãos, que nesta vez se materializaram num grupo de alunos, ex-alunos e docentes da Universidade do Minho.

    Numa “conversa informal, dentro do possível”, António Costa (e os membros do Governo a quem o primeiro-ministro passou a palavra) foi confrontado com questões sobre os desequilíbrios sociais e económicos entre a população, Educação (com perguntas, por exemplo, sobre as escolhas do Governo em matéria de ação social), corrupção, Economia, mercado laboral, Segurança Social, Saúde, Diplomacia, e Defesa Nacional.

    Numa nota final, António Costa agradeceu aos professores que coordenaram o evento desta manhã: Luís Aguiar-Conraria (Economia), Sandra Fernandes (Ciência Polícia), João Rosas (Filosofia), Helena Sousa (Ciências da Comunicação) e Pedro Morgado (Medicina).

  • Governo encerra respostas a falar da precariedade no Ensino Superior

    Questionado sobre a precariedade no Ensino Superior, o Governo respondeu em três frentes. Na última resposta desta sessão, António Cota recorreu à ajuda de Manuel Heitor e de Mário Centeno. “O esforço de combate à precariedade também se estendeu ao setor do Estado, começando pelo Prevpap”, começou por dizer o primeiro-ministro.

    “Prevpap tem corrido genericamente bem, embora de forma lenta, e nos estabelecimentos de Ensino Superior tem sido mais difícil”, acrescentou ainda António Costa, lembrando as circunstâncias próprias do setor. Desde logo, o facto de, ao contrário da restante Administração Pública, a regularização dos funcionários cujos vínculos eram precários implicar encargos para o Estado além do já existente na situação de precariedade.

    “Temos de concluir este processo do Prevpap”, reconheceu. Além deste programa, existe o “Programa de estímulo ao trabalho científico”, acrescentou o Ministro da Ciência e do Ensino Superior.

    “O Prevpap não pretende ser disruptivo” para com os vínculos que já existiam, completou ainda o Ministro das Finanças. “Cada caso, no limite, é um caso mas temos de olhar para todos eles” tendo em conta “que se tratam de vínculos e financiamentos que já existiam”, concluiu Mário Centeno, fechando desta forma as perguntas do Executivo ao fim de mais de uma hora e meia.

  • Tancos. "Nunca ninguém nos colocou a questão" do terrorismo, diz primeiro-ministro

    Já em cima do encerramento do encontro com cidadãos, António Costa responde a uma questão que foca a segurança em instalações militares, o acesso a material de guerra e o financiamento de criminalidade organizada.

    Numa das respostas mais sucintas da manhã, o primeiro-ministro diz ao aluno (Daniel Santos, estudante de Relações Internacionais) que essa é uma não-possibilidade: “Logo a seguir ao furto, as autoridades nacionais e a Secretária-geral do Sistema de Segurança Interna reuniram-se com a Unidade Nacional de Contra-Terrorismo [da Polícia Judiciária, à qual foi atribuída a investigação] e identificou que o furto nada tinha ver com a criminalidade organizada ou com terrorismo.”

    Costa acrescentou outra ideia: “Nunca ninguém nos colocou a questão, nem do ponto de vista internacional.”

  • Governo não apoiaria eventual exército europeu

    O Ministro da Defesa responde pela primeira vez nesta sessão, na sua estreia como ministro neste tipo de cerimónias. O tema: exército europeu. “Portugal foi claro quando aderiu à PESC [Política Externa e de Segurança Comum] por não ser um embrião de um exército europeu. Mantemos essa posição”, começou por dizer João Gomes Cravinho.

    No entanto, “isso não obsta o Estado de procurar aprofundar” o relacionamento e a cooperação com “as Forças Armadas de outros países”, referiu.

  • Brexit: "Estão integralmente garantidos” os direitos das comunidades residentes

    Um dos alunos da Universidade do Minho questiona António Costa sobre os efeitos, a vários níveis, do Brexit. Costa destaca que “estão integralmente garantidos” os direitos das comunidades residentes, quer de cidadãos europeus no Reino Unido quer de britânicos na União Europeia.

    Mas o primeiro-ministro também destaca que “o Reino Unido não pretende fechar as suas fronteiras” a quem queira visitar o país. E, “no futuro, ainda que venha a haver” maior restrição da circulação de pessoas de e para o Reino Unido, Costa entende que “não haverá certamente fronteiras fechadas” entre os dois lados.

  • António Costa: "Acolher refugiados não é assumir um problema"

    António Costa defendeu uma política de abertura quanto ao acolhimento de refugiados. “Em primeiro lugar, acolher refugiados não é assumir um problema”, afirmou. Em segundo lugar, “para responder ao défice demográfico” de Portugal, o primeiro-ministro defende que a postura deve ser a de aceitação de todos os tipos de imigração de forma a fazer frente a esse problema. “Os primeiros migrantes que devemos acolher são aqueles que nos procuram como refugiados”, disse.

    A posição de abertura encontrou o seu reflexo quando Portugal “assinou um acordo bilateral com a Alemanha” para a recolocação dos refugiados que procuram a Alemanha”, exemplificou.

    Assim, resumiu, Portugal deve ser um “país responsável, ativo – até para suprir o défice demográfico – e solidário” no acolhimento de refugiados.

  • Nos últimos 15 dias, Augusto Santos Silva esteve com Marcelo Rebelo de Sousa na Guatemala para participar na cimeira ibero-americana. Chegou a Lisboa no domingo e partiu para Bruxelas, para uma reunião do Conselho Europeu. Voltou e participou na cimeira luso-espanhola, antes de acompanhar o Presidente da República de Angola e de receber o congénere russo. Isto significa que Portugal é uma “ponte”, resume o ministro dos Negócios Estrangeiros. Ponte com a Europa, com os EUA e com África.

    Numa ideia — e respondendo a uma questão sobre o risco de o país se “dispersar” numa diploma a 360º, Santos Silva diz que “o interesse nacional português coincide com o europeu e com o de todos os países envolvidos no multilateralismo”.

  • António Costa assegura que Governo está consciente do "burnout" das instituições de saúde

    Questionado sobre o burnout nas instituições de saúde, António Costa respondeu de forma sintética. “Temos consciência disso, por isso é que procurámos recuperar alguns fatores que contribuem para essa tensão”, afirmou.

    Como prova, o primeiro-ministro recordou algumas medidas: “Dos mais de nove mil funcionários contratados para a área da saúde, 3.300 são enfermeiros”; “repusemos as 35 horas para aqueles enfermeiros cujo horário tinha sido alargado para as 40 horas semanais”; e “alargámos regime das 35 horas para aqueles enfermeiros cujo horário não tinha sido objeto de alteração”.

    “O grande investimento tem de ser no programa de cuidados primários e de cuidados continuados, de forma a não fazer recair sobre o sistema hospitalar todas as pressões”, apontou ainda.

  • Marina Gonçalves, ex-aluna da Universidade do Minho, médica de família, quis perceber que medidas o Governo ainda vai tomar para transformar a população que usa de forma desadequada o Serviço Nacional de Saúde numa população mais saudável e promotora de hábitos saudáveis.

    António Costa recorre, precisamente, aos hábitos. O primeiro-ministro lembra que há duas populações: uma, mais nova, em que é preciso incutir esses novos hábitos, e outra, mais idosa, a quem cabe dar uma vida (que é mais longa) com maior qualidade.

    “A relação do médico com o seu doente é fundamental para poder ajudar e responder de forma mais eficaz os doentes que lhe surgem a si e aos seus colegas”, disse Costa.

  • Costa sobre professores: "Nunca assumimos o compromisso de recompor a história"

    Uma das respostas mais longas de António Costa foi a uma pergunta relativa à contabilização dos anos em que as carreiras dos professores estiveram congeladas. O primeiro-ministro resumiu a visão do Governo e apontou culpas aos sindicatos dos professores, que foram sempre “intransigentes”, respondendo constantemente da mesma forma: “Nove anos, quatro meses e dois dias; nove anos, quatro meses e dois dias; nove anos, quatro meses e dois dias…”

    “Aquilo que constava do programa de Governo era apenas acabar com o congelamento na Administração Pública. As carreiras foram todas descongeladas”, começou por lembrar. “Nunca assumimos o compromisso de recompor a história. Mas, o OE 2018 obrigou o Governo a recorrer a uma negociação” sobre a situação dos professores. Assinamos uma “declaração de compromisso com os sindicatos para mitigar os efeitos do congelamento” mas nunca foi possível ultrapassar a barreira dos nove anos, quatro meses e dois dias.”

    “Propusemos contar dois anos, nove meses e 18 dias para tratarmos os professores do mesmo modo que a restante função pública” mas não houve entendimento com os sindicatos. “Ainda assim, em vez de desistirmos, decidimos pôr em prática a nossa proposta”, afirmou o primeiro-ministro – lembrando que havia sempre a opção de não contabilizar sequer um dia, já que, no programa de Governo, “apenas se falava de descongelamento, o que na prática significa colocar o cronómetro a zero”.

    Recorde-se que, já esta segunda-feira, vão ser votadas no Parlamento as propostas de alteração ao OE 2019 relativas às carreiras dos professores.

  • "Muito provavelmente" é preciso mais para garantir sustentabilidade da Segurança Social

    Numa questão sobre a sustentabilidade da Segurança Social, António Costa volta a dar a palavra ao ministro Vieira da Silva. Xavier Nogueira, aluno de Economia, queria saber se, “sem mudanças” a Segurança Social é sustentável.

    Vieira da Silva recorda que a questão não é nova, mas também admite que essa é “das situações mais exigentes e duras” com que o país se confronta. A primeira solução, e “a mais importante”, diz o ministro, passa por “apostar na criação de emprego, e de emprego com qualidade”.

    Depois, é preciso gente que inverta a balança demográfica que coloca Portugal na cauda da União Europeia no capítulo da renovação de gerações. “Não nos conformamos com a debandada que existiu em Portugal nos últimos anos”, diz Vieira da Silva, recordando o programa “Regressar” que cria incentivos ao regresso de emigrantes.

    Mas é preciso fazer mais para garantir a sustentabilidade da Segurança Social? Ministro pergunta e ministro responde: “Muito provavelmente”.

  • António Costa: "Combate à precariedade é central"

    Confrontado com uma questão sobre o combate à precariedade, António Costa optou por começar a responder com uma farpa para os partidos de esquerda. “Nas negociações que fizemos para a formação deste Governo tivemos de deixar cair o contrato único”, lembrou, sublinhando que essa seria uma ferramenta útil para ajudar no combate ao trabalho precário. Apesar deste entrave, a “precariedade tem diminuído”.

    “O combate à precariedade é central”, considerou. “E temos dito isso às empresas”, garantiu.

    Na conclusão, o primeiro-ministro aproveitou para recordar o pacote relativo à legislação laboral que “está neste momento, pendente na Assembleia da República”. De entre as várias medidas previstas nesse pacote legislativo, Costa lembrou as que pretendem combater a precariedade, como o facto de os “estágios contarem para o tempo de contrato” ou a existência de uma “penalização para as empresas que abusem da rotatividade”.

  • CGD "deve financiar atividade económica"

    As questões passam agora para a Economia.

    António Costa considera que o banco público deve focar a concessão de créditos em áreas que promovam a atividade económica e o crescimento, em contraponto com o crédito ao consumo. “A CGD deve ter cada vez mais financiamento da atividade produtiva”, à imagem daquilo que o Governo defende para a banca privada.

    A resposta vem na sequência de uma questão sobre a estagnação da economia portuguesa. Costa recua 18 anos para lembrar que, na viragem do milénio, Portugal sofreu um triplo “choque de competitividade”: com o reforço da presença chinesa na economia mundial, com o alagamento da União Europeia a leste e com a adesão ao euro.

    Nesse momento, a questão dividiu-se entre “empobrecer” e “enfraquecer direitos” para ganhar competitividade ou formar trabalhadores e modernizar a produção. Costa diz que a segunda opção “é o caminho que está a ser seguido” e será essa a explicação para a convergência com a União Europeia nos últimos dois anos.

  • António Costa: "Falta uma consciência mais alargada sobre a corrupção"

    “O combate à corrupção é uma matéria central de qualquer democracia”. Foi desta forma que António Costa começou por responder a uma pergunta sobre o combate à corrupção. “Creio que o que falta em Portugal são meios para combater a corrupção e uma consciência cada vez mais alargada para esse fenómeno”, analisou o primeiro-ministro.

    Não falando de nenhum caso em concreto, o Chefe de Governo reconheceu que o mediatismo de alguns processos contribuem para uma maior consciencialização. “A visibilidade que os casos de corrupção têm tido contribui para esse alargamento de consciência”, considerou. “Os casos são conhecidos, investigados e espero que sejam devidamente punidos”.

    No entanto, não quis fechar a resposta sem puxar dos galões e acrescentou que, além dos benefícios da visibilidade destes processos, existe um maior investimento nos meios de combate à corrupção. “O que também contribui para esse visibilidade”, explicou. “Aliás, recentemente houve um reforço de meios da Polícia Judiciária”, lembrou.

  • Costa prefere apoiar alojamento a reduzir propinas

    António Costa é questionado por um estudante sobre o apoio concedido ao setor bancário, em contraposição com o apoio que poderia ser dado ao setor do Ensino Superior.

    O primeiro-ministro começa por dizer que “a intervenção sobre a banca não teve a ver com salvar os bancos”. Essa intervenção, diz, pretendeu “salvar uma economia de mercado como é a nossa”.

    Depois, Costa ainda sublinha que o Governo tem feito um “grande esforço para aumentar o número de estudantes no Ensino Superior”, um universo que conta actualmente com “mais 17 mil que em 2015”.

    O primeiro-ministro deixa ainda uma nota de discórdia com uma medida relevante que o Governo negociou com o Bloco de Esquerda para o Orçamento do Estado de 2019: a redução do valor das propinas. Costa considera que é “reforçando a ação social escolar” que se apoia “quem mais precisa” e que “é bastante mais eficaz investir na ação social escolar” que reduzir o valor das propinas.

  • Para quando uma revisão das ajudas para pessoas com deficiência?

    A segunda pergunta para o Governo vem de uma estudante que questiona o Executivo sobre as ajudas para as pessoas com deficiência. “Tenho um irmão com cerca de 100% de incapacidade”, começou por explicar. “No entanto, os meus pais ganham o salário mínimo e não conseguem fazer face às despesas”. Para quando uma revisão dos complementos para as pessoas com deficiência?”

    O primeiro-ministro respondeu a meias com o Ministro do Trabalho e da Segurança Social. Ambos reconheceram que esta é uma área a que é preciso dar mais atenção, mas lembraram os esforços feitos pelo Governo para melhorar as ajudas para as pessoas com deficiência. “O Governo concedeu novas prestações sociais e hoje são cerca de 88 mil os beneficiários dessa prestação”, explicou Vieira da Silva. “Aliás, para 2019 estão previstos mais de 150 milhões de euros de despesa nesta área”, acrescentou.

  • Costa discorda da premissa de que, se Portugal não é um país mais justo e igual, isso se deve a um falhanço do Governo. E lembra o esforço que tem sido feito para esbater as desigualdades sociais [a qualidade do som que chega do streaming do evento não permite acompanhar a resposta com as mínimas condições].

  • Por que falha Portugal na construção de um país mais justo?

    Com um enquadramento prévio, a primeira questão segue nestes termos: por que razão o Governo de António Costa “falha na construção de uma sociedade mais justa e igualitária que não nos envergonhe junto dos nossos parceiros europeus”?

  • António Costa: "Será uma conversa informal, dentro do possível"

    O primeiro-ministro faz uma intervenção inicial, antes de responder às perguntas dos estudantes e ex-estudantes da Universidade do Minho. “Será uma conversa informal, dentro do possível”, antecipa. “Vou responder a algumas perguntas, noutras pedirei ajuda aos ministros”. E ironiza: “Espero não ficar sem resposta para nenhuma pergunta”.

    Arranca o sessão de perguntas ao Governo.

  • A “igualdade e justiça social” é o tema que agrega as primeiras questões lançadas a António Costa

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