Depois do empate frente ao Crystal Palace sem golos, que deixou o Manchester United a 14 pontos do primeiro lugar com apenas 13 jornadas da Premier League disputadas (e a sete dos lugares que dão acesso à Champions), José Mourinho voltou a estar no centro das atenções. Foi assim que começou o jogo com o Young Boys, foi assim que terminou o jogo com Young Boys – mas neste caso por motivos distintos. E a forma como celebrou o 1-0 final já se tornou viral.

Sabendo da vitória da Juventus frente ao Valencia em Itália, os red devils estavam apenas a um golo de carimbarem o acesso à próxima fase da Champions mas as muitas tentativas iam levando a bola em todas as direções menos a da baliza (enquanto os suíços não enquadraram um remate no alvo, apesar de uma intervenção importante de De Gea). Titular num meio-campo diferente do habitual, com Matic como pivô mais defensivo tendo Fred e Fellaini à sua frente, foi o internacional belga que cortou recentemente a farta cabeleira que era a sua imagem de marca (na quinta-feira, quando fez 31 anos) a conseguir marcar no primeiro minuto de descontos e garantir os oitavos da Liga milionária, podendo aspirar ao primeiro lugar na última ronda. Com outro pontos: o próprio jogador admitiria mais tarde que tocou com a mão na bola no lance que decidiu o encontro…

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Depois de um encontro em que esteve particularmente ativo na sua zona técnica, o português festejou de forma exuberante o golo do triunfo, tendo virado a grade onde estavam várias garrafas de água depois de um primeiro toque com o pé. Recorde-se que, por razões distintas, Mourinho já tinha estado em destaque no triunfo do United em Turim frente à Juventus nos minutos finais do jogo, quando colocou a mão no ouvido depois de ter sido várias vezes insultado por adeptos transalpinos.

Depois dos três dedos no ar, a mão no ouvido: o gesto de Mourinho que incendiou ânimos no final do jogo

“O mais importante foi garantirmos a qualificação e, para os meus admiradores, e aqueles que gostam de estatísticas, tenho 14 temporadas na Liga dos Campeões e nas 14 vezes as minhas equipas passaram a fase de grupos. E quando não estive na Champions, ganhei a Liga Europa”, comentou no final José Mourinho. “Acho que em casa os fãs devem ter partido televisões porque é uma frustração quando vemos a equipa começar como começou, com grande vontade… Era uma frustração pensar que podia acabar empatado. Tive uma explosão mas muitas pessoas em casa também tiveram”, acrescentou.

Mas o antigo campeão europeu por FC Porto e Inter não foi o único técnico nacional com razões para sorrir nos minutos finais desta noite de Champions: Paulo Fonseca viu o seu Shakhtar chegar ao 2-0 nos primeiros 15 minutos na Alemanha (golos de Ismaily, que passou por Estoril, Olhanense e Sp. Braga, e Taison), o Hoffenheim conseguiu empatar ainda antes do intervalo (por Kramaric e Zuber) mas os visitantes chegaram de novo à vantagem no segundo minuto de descontos, em mais uma jogada iniciada em Ismaily que foi concluída da melhor forma por Taison. Com este resultado, os ucranianos, que beneficiaram do empate do Manchester City em Lyon (2-2), estão a uma vitória dos oitavos, recebendo agora o conjunto de Anthony Lopes – dos quatro grupos que jogaram esta noite, esta é a única decisão ainda por conhecer na última ronda.

Nos outros grupos da noite, nota ainda para o triunfo do Real Madrid em Roma por 2-0, que permitiu ao conjunto de Solari assegurar o primeiro lugar. Apesar de estar também apurado para os oitavos (por influência da surpreendente vitória do Viktoria Plzen em Moscovo frente ao CSKA por 2-1), Eusebio Di Francesco tem o seu lugar cada vez mais em risco na formação transalpina, fruto sobretudo da campanha muito abaixo das expetativas na Serie A onde ocupa o sétimo lugar a 18 pontos da líder Juventus e a nove do terceiro classificado, que é nesta altura o Inter.