A Bloomberg já tinha dado o mote, ao reportar, no início de 2018, que a Tesla estava a perder dinheiro à razão de 6.500$ por minuto (5.740€), tudo porque investiu fortemente no novo Model 3 e não conseguia produzi-lo em quantidade suficiente para recuperar o investimento.

Como se isso não bastasse, os erros detectados na linha de montagem obrigaram a novos gastos para substituir os equipamentos que não funcionavam correctamente e estrangulavam a linha, incrementando ainda mais os prejuízos. Agora é Elon Musk, o CEO da marca, o próprio a admitir que a situação esteve mais “negra” do que muitos pensaram.

Tesla ‘queima’ 11,5 milhões de dólares por dia

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Numa conversa com os jornalistas da Axios, o homem forte da Tesla confirmou os problemas graves que a marca atravessou num passado recente, que a deixaram próximo da falência e com dinheiro apenas para funcionar durante mais umas semanas.

Caso não conseguíssemos ultrapassar os problemas que limitavam a capacidade de produção da linha, tínhamos morrido”, reconheceu Musk, depois de admitir que “estávamos a perder dinheiros que nem uns malucos”.

O empreendedor sul-africano, dono de mais de 20% da Tesla, explicou que “os problemas que afectavam a linha eram extremamente difíceis de resolver”, fruto do esquema de produção implementado por elementos da equipa entretanto despedidos. Tudo isto obrigou Musk e os novos responsáveis pela produção a trabalhar sete dias por semana e a dormir na fábrica, para conseguir atingir os 5.000 veículos por semana, o que veio a acontecer, esperando-se que chegue às 7.000 unidades antes de final de Novembro.

Ao que parece, os estrangulamentos que mais afectaram a produção tinham mais a ver com a linha e com a forma como foi concebida do que com o Model 3, limitações essas que se centraram no tipo de robôs utilizados (que acabaram por ser substituídos por Kuka alemães), na zona de pintura e na produção de baterias, além de ineficiências várias e uma estranha dependência de fornecedores. Ou seja, tipicamente erros cometidos por um fabricante que nunca tinha lidado com a produção de grande série de automóveis, como é o caso da Tesla, que depois de fabricar 50.000 unidades/ano do Model S e outras tantas do Model X, pretende atingir em 2019 um ritmo de 500.000 Model 3/ano, ou seja, 10.000 veículos/semana.