Na temporada passada, antes do jogo no Wanda Metropolitano, antes das tochas no dérbi com o Benfica, antes da derrota na Madeira e das agressões na Academia, era usual ver Bas Dost a sorrir de rosto e braços abertos para receber um salto de Bruno Fernandes depois de o português lhe oferecer um golo. Dost e Bruno foram a grande dupla atacante da época 2017/18 dos leões e os grandes responsáveis pela maioria dos golos, dos lances perigosos e das jogadas ofensivas do Sporting. Esta temporada, depois de uma crise que envolveu estatutos, destituições, Assembleias-Gerais, arguidos e tribunais, Nani regressou à casa de partida e juntou-se à dupla para formar um trio.

A influência de Bas Dost, Bruno Fernandes e Nani nos resultados e nas exibições do Sporting é inequívoca: juntos, estão diretamente envolvidos em 89% dos golos do clube de Alvalade. E a melhor amostra é o jogo desta quinta-feira, onde o holandês marcou um golo, Bruno Fernandes marcou dois e Nani marcou mais um. O tridente ofensivo é a base da ideia de jogo de Marcel Keizer, que se prende com um apoio direto a Bas Dost que não prejudique o envolvimento total de Bruno Fernandes e Nani na construção e condução do ataque. Tudo isto, mesmo antes da ida de José Peseiro e chegada do treinador holandês, era expectável. O que não se esperava era que o tridente passasse a quinteto.

Diaby e Wendel, dois jogadores que pareciam totalmente fora do baralho até à partida de Peseiro, são cada vez mais duas peças chave do ataque leonino. O avançado maliano, sem ser um prodígio da técnica, é rápido e descomplicado e sabe aparecer nos sítios certos à hora certa para não deixar a eficácia ao desbarato; o brasileiro, que esta terça-feira repetiu o estatuto de melhor jogador em campo que já tinha agarrado no fim de semana, no jogo da Taça com o Lusitano Vildemoinhos, é a revelação descoberta nos treinos por Marcel Keizer que ofereceu aos adeptos do Sporting uma prenda de Natal antecipada: um playmaker com samba nos pés que em Baku deu a marcar quatro dos seis golos do clube de Alvalade.

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Na conferência de imprensa depois do jogo, o treinador holandês garantiu que “o objetivo” tinha sido atingido e com “bom futebol”, tal como tinha previsto na antevisão, e ressalvou que o clube tinha acabado de marcar “seis golos num jogo europeu”. Questionado sobre o segredo para essa mão cheia, foi simples e descomplicado, um pouco ao jeito da forma como o Sporting jogou no esta terça-feira. “Não há segredos. O segredo são os jogadores que temos na frente. Nani, Dost, Diaby…não há segredos”, disse Keizer. Para o técnico leonino, que em Baku se estreou nas competições europeias de leão ao peito, é tudo muito simples. Jogadores na frente. E de três, o Sporting passou a cinco. E de dois golos na receção ao Qarabag na primeira jornada da fase de grupos, o Sporting passou a seis na visita ao Azerbaijão.