O secretário-geral da ONU, António Guterres, defende que a integridade territorial da Ucrânia deve ser respeitada e se deve evitar uma escalada no novo conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Numa conferência de imprensa em Buenos Aires, onde participará esta sexta-feira e sábado na cimeira de líderes do G20 (grupo das 20 economias mais industrializadas do mundo), Guterres disse ver “com muita preocupação” a escalada da tensão entre Kiev e Moscovo.

O responsável máximo das Nações Unidas pronunciou-se a favor de um diálogo entre as partes para evitar que o conflito escale e sustentou que “é claro que a integridade territorial da Ucrânia deve ser respeitada”. A Ucrânia anunciou esta quinta-feira que pedirá à comunidade internacional para encerrar o estreito do Bósforo em retaliação pelo apresamento, no passado domingo, no mar Negro de três embarcações das Forças Armadas ucranianas pela guarda-costeira russa, à entrada do estreito de Kertch.

“Entendo o nível de tensão que há nestes momentos, mas esperemos que se evite o aumento da violência desta situação e que cheguemos a um ponto mais positivo que o atual”, afirmou Guterres.

O Governo ucraniano considera que a Rússia bloqueou ‘de facto’ o mar de Azov — partilhado pelos dois países — desde que redobrou as inspeções de barcos no estreito de Kertch, após a inauguração, em maio, da ponte da Crimeia, que une a península (ucraniana entre 1954 e 2014, data em que foi anexada pela Rússia) ao território russo continental.

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Por sua vez, o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou-se confiante em que a NATO enviará barcos para a zona do mar de Azov, embora Moscovo diga há vários meses que não permitirá que qualquer embarcação aliada atravesse o estreito de Kertch, que une o mar de Azov ao mar Negro.

O Presidente russo, Vladimir Putin, que também participa na cimeira do G20 em Buenos Aires, defendeu na quarta-feira o uso da força contra os barcos ucranianos, argumentando que aqueles se dirigiam “diretamente” para aquela ponte.

Os ucranianos, por seu lado, insistem em que as suas embarcações foram atacadas e apresadas quando já estavam de regresso ao porto de Odessa, no mar Negro.