Muito se fala da Bola de Ouro, mais ainda se vai falar nas próximas 48 horas (pelo menos até à sua entrega). E também em Itália começa a surgir a mesma classificação final que foi avançada pela Onda Cero esta semana, com Modric, o melhor para a UEFA e para a FIFA, a somar novo triunfo com Cristiano Ronaldo no segundo lugar e Antoine Griezmann na terceira posição. Da parte do português, tudo aponta para que não esteja esta segunda-feira presente na cerimónia. E nada mais do que isso.

Depois de ter conseguido a quarta Liga dos Campeões em cinco anos pelo Real Madrid, de novo como melhor marcador da prova, o avançado quis testar-se num Campeonato diferente e numa equipa com uma ideia de jogo totalmente distinta daquela que tinha com Zidane no comando técnico. Aos 33 anos, após um par de encontros onde parecia andar ainda a apalpar terreno num novo contexto, mostra-se adaptado e continua a deixar marca: no 13.º triunfo da Juventus em 14 jogos na Serie A, Ronaldo marcou de grande penalidade o 3-0 final frente à Fiorentina naquele que foi o sétimo golo nas últimas sete partidas no Campeonato e voltou a igualar Piatek (o Génova joga apenas este domingo com o Torino) na lista dos melhores marcadores.

O encontro até começou com uma boa oportunidade dos visitados logo a abrir mas o remate de Benassi saiu ao lado. Não estava fácil a missão da Juventus nem de Cristiano Ronaldo, que acabou por falhar a bola quando se preparava para visar a baliza de Lafont após passe do hoje lateral esquerdo João Cancelo (15′). A Fiorentina conseguia preencher bem os espaços nas transições defensivas e a pouca velocidade de Massimiliano Allegri também ajudava na falta de oportunidades para a Vecchia Signora. Na primeira mais flagrante que teve, marcou. E, sendo um golo simples, mostrou trabalho à mistura.

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É preciso recuar quase 60 anos para encontrar um jogador com dez golos na Serie A nas primeiras 14 jornadas em época de estreia

Betancur conseguiu encontrar uns metros quadrados por arrendar no meio-campo e seguiu com bola no corredor central, combinou ao primeiro toque com Dybala, entrou na área e só teve de desviar de Lafont para o primeiro golo. Pelo meio, Mario Mandzukic levou consigo um defesa, Milenkovic também preferiu seguir o movimento de Ronaldo e abriu-se um autêntico buraco que foi bem explorado pelo médio uruguaio para entrar à vontade de inaugurar o marcador (31′). Pouco depois, e num dos lances mais perigosos até ao intervalo, Ronaldo ganhou espaço fora da área e rematou a rasar o poste (35′). Seguiram-se ainda tentativas de João Cancelo (ao lado) e Dybala (defesa de Labont). A Juventus estava na frente ao intervalo.

No segundo tempo, a Fiorentina teve uma boa reação, conseguiu aproximações perigosas mas aqueles centrais que, como dizia Mourinho, podiam dar aulas em Harvard foram conseguindo anular as investidas na baliza de Szczęsny e seria mesmo um deles, Chiellini, a apontar o segundo golo que “matou” por completo o encontro, numa lance com confusão à mistura em que a bola ganhou um efeito caprichoso após a intervenção de Lafont mas acabou mesmo por entrar (69′). Dez minutos depois, e após mais dois livres sem sucesso (um para defesa fácil, outro a bater de novo na barreira), a Juventus beneficiou de uma grande penalidade e Cristiano Ronaldo marcou mesmo o 3-0, acabando por ver o primeiro cartão amarelo na Serie A por ter chutado depois a bola para a bancada. Depois, e também primeira vez, Allegri poupou o português e entrou Bernardeschi.

Com este resultado, a Juventus reforçou a liderança com 40 pontos em 14 encontros (um recorde no clube), ficando com mais 11 pontos do que o Nápoles (que joga segunda-feira com a Atalanta) e mais 12 do que o Inter, que se desloca este domingo a Roma. Em paralelo, a Vecchia Signora tem também o melhor ataque (31 golos marcados) e a defesa menos batida (oito golos sofridos). Nas provas europeias, a equipa garantiu na passada terça-feira a passagem aos oitavos da Champions.