Em dia de aprovação por larga maioria do Relatório e Contas da Benfica SAD, naquele que foi o segundo maior ano do Grupo Benfica a nível de receitas (e terceiro na evolução da sociedade que gere o futebol), José Eduardo Moniz, vice-presidente dos encarnados e também administrador, estreou no Jornal das 8 da TVI o programa “Deus e o Diabo”, onde teve oportunidade para dissecar também a crise nos encarnados, que terminou com a permanência de Rui Vitória no comando técnico.

“Há três administradores da SAD, presidente, Soares Oliveira e Rui Costa, e há depois mais dois administradores, eu e Nuno Gaioso. Nenhum foi solicitado a intervir neste período, portanto a resposta [sobre a decisão de manter Rui Vitória] está dada de forma clara. Mas toda gente sabe que questões de futebol são tratadas diretamente pelo presidente, que é quem detém o pelouro do futebol e o gere como entende ser gerido”, comentou, antes de mostrar confiança em Vieira… com um reparo.

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“O presidente acha que tem condições para continuar, nós só temos que acreditar que o treinador está apto a fazer o seu trabalho e garantir vitórias ao Benfica. Não vou assacar culpas ao treinador nem em ninguém em particular porque há um conjunto pessoas que gere de forma direta ou indireta. O presidente é responsável pelo futebol e é a ele que compete tomar decisões em última análise. Ontem [quinta-feira] explicou como foi levado a tomar aquela decisão mas já vi Luís Filipe Vieira ser mais feliz noutras intervenções”, salientou José Eduardo Moniz, mostrando total solidariedade com a opção.

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“Luís Filipe Vieira tem feito um trabalho notável, sem ele o Benfica não era o que é. Recuperou património, capitais, ânimo. Recuperou a equipa para vitórias, conquistou Campeonatos mas não somos todos obrigados a concordar com Luís Filipe Vieira. As nossas reuniões são fechadas, cada um manifesta as suas opiniões, ele ouve e depois decide consoante pensa que é a melhor orientação para o clube. Sou defensor de que presidentes e direções devem ter limitação de mandatos, porque é assim que funciona a democracia e o princípio de alternância e renovação. Esse é meu ponto de vista, o que não significa que não esteja solidário com a Direção do clube. Estou solidário com o que está feito, com as decisões tomadas e não sou como muitos que estão disponíveis para abandonar o barco em tempos de crise. Nunca o fiz e jamais farei”, destacou.

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Por fim, Moniz deixou ainda um apelo à união entre todos os benfiquistas, um pouco à semelhança do que já tinha acontecido com Luís Filipe Vieira e Rui Vitória: “Não gosto de acordar, como aconteceu, com mensagens a chamarem-me nomes. O Benfica não é isto. Temos de estar unidos num momento difícil porque foi essa unidade que me levou ao Benfica, para ajudar a garantir estabilidade. Com estabilidade, o Benfica ganhou muitos títulos. Precisamos devolver essa estabilidade”.