O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que os Estados Unidos da América “são uma prioridade para Portugal” e considerou que os dois países podiam “ter na área da energia novas ligações, no futuro, quem sabe”.

O chefe de Estado falava no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, no lançamento do livro “Dez Milhões e Um”, do anterior embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, uma obra editada pela Atual.

Na véspera de receber o Presidente da China, Xi Jinping, Marcelo Rebelo de Sousa apontou Portugal como “um dos muito poucos” países na Europa que “conseguem compreender plenamente” os Estados Unidos da América e “que são realmente transatlânticos”.

“Serão três, quatro, não mais do que cinco [países]. E somos muito especiais. E podemos trabalhar juntos em África, na América Latina e na região da Ásia-Pacífico”, acrescentou.

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Num discurso quase todo em inglês, o chefe de Estado afirmou: “Nós, portugueses, adoramos os Estados Unidos da América”.

Relativamente ao conteúdo do livro de Robert Sherman, apresentado na capa como o “embaixador de Obama” em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou-o, mas manifestou divergências quanto ao capítulo sobre o presidente do Governo Regional dos Açores e a base das Lajes.

No seu entender, o autor “foi um pouco injusto em relação ao presidente Vasco Cordeiro” – descrito como alguém que “mostrava muito pouco respeito” pelos seus interlocutores nas reuniões e que tinha um comportamento “muito pouco adequado” -, porque os dois “nunca se compreenderam um ao outro, nunca”.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Robert Sherman “exagera nos créditos do Presidente da República português”. “Mas esses são pequenos detalhes num livro inesquecível”, declarou.

Na sua opinião, este livro é também uma maneira de lembrar que as relações luso-americanas são “uma prioridade estratégica” para ambos os países e, por isso, agradeceu ao autor Bob Sherman e à sua mulher, Kim.

“Vocês são uma prioridade para Portugal e nós somos, ou pelo menos devíamos ser, uma prioridade para os Estados Unidos da América. Mas, ao mesmo tempo, é uma maneira de inspirar uma aliança ainda mais forte, uma amizade ainda mais forte”, afirmou.

De acordo com o Presidente da República, “não há mudança de regime, não há mudança de chefe de Estado, de governo ou de embaixadores que possa abalar esta amizade tão poderosa”.