O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, iniciou esta segunda-feira uma ronda de reuniões para receber os chefes dos partidos políticos e procurar uma saída para a crise dos “coletes amarelos”, que continuam em protesto em diferentes partes do país.

O primeiro a ser convocado para o Palácio de Matignon, residência oficial do primeiro-ministro, foi a presidente da câmara de Paris, a socialista Anne Hidalgo, que chegou poucos minutos antes das 08h30 locais (07h30 em Lisboa).

É também esperado esta segunda-feira no Palácio de Matignon a líder da formação de extrema direita União Nacional (antiga Frente Nacional), Marine Le Pen, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, o presidente dos republicanos conservadores, Laurent Wauquiez, e Stanislas Guerini, o novo delegado geral do partido Em Marche!, do presidente Emmanuel Macron.

O líder da formação esquerdista França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que como Le Pen pediu a dissolução da Assembleia Nacional para a convocação de eleições legislativas, poderá não comparecer e ser substituído por membros da sua equipa.

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Édouard Philippe planeia continuar a concertação na terça-feira com representantes dos “coletes amarelos”, mas resta saber se tal será possível e em que formato, após o fiasco de uma reunião semelhante na sexta-feira passada.

O fim de semana ficou marcado em França por violentos protestos do movimento dos “coletes amarelos”, sobretudo por desacatos em Paris e por atos de vandalismo no Arco do Triunfo. O monumento, que é símbolo emblemático de Paris e da própria França, foi pintado, o seu museu saqueado e uma estátua partida, à margem dos protestos. Os últimos dados sobre sábado indicam que 136 mil pessoas se juntaram à mobilização dos “coletes amarelos” e que houve 263 feridos.

O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, não quis adiantar esta segunda-feira de manhã qualquer informação sobre se o governo vai ceder ao que desde o início foi a primeira reivindicação dos “coletes amarelos”: anular o aumento de impostos sobre os combustíveis (gasolina e especialmente diesel), agendado para 1 de janeiro.

“Não tomamos as decisões antes” das reuniões com os representantes desse movimento e das partes, já que “vamos recebê-las para conversar”, disse Griveaux esta segunda-feira de manhã, em entrevista à emissora “France Inter”.

Os “coletes amarelos” continuam esta segunda-feira as suas ações de protesto em rotundas, estradas e acesso a complexos petrolíferos em várias partes do país, incluindo um bloqueio da fronteira com a Espanha em Le Perthus, que decorreu de madrugada durante várias horas.

O prefeito do departamento dos Pirineus Orientais explicou, pouco antes das 08h00 locais (07h00 em Lisboa), na sua conta no Twitter, que tinha levantado esse bloqueio. Na Bretanha, o prefeito de Finistère anunciou no domingo restrições à venda de combustível para lidar com os problemas de abastecimento devido aos bloqueios nos depósitos de distribuição em Lorient e Brest.