A Uber está a negociar a compra de uma das principais startups que se dedicam ao aluguer de trotinetes elétricas, a Bird. A empresa liderada por Dara Khosrowshahi já tem um investimento acionista na Lime, a empresa conhecida pelas trotinetes verdes que já chegaram a Lisboa, mas segundo a imprensa especializada nos EUA, a Uber já terá feito várias tentativas de chegar a um acordo com os responsáveis da Bird.

A notícia foi avançada pela publicação The Information, que fala numa possível “aquisição multimilionária” da Bird por parte da Uber. O presidente da Bird, porém, garante que “a empresa não está à venda”, o que a publicação descreve como uma possível tática negocial para obrigar a Uber a abrir os cordões à bolsa.

A Uber mantém um plano B que é um investimento maior na Lime, onde tem uma participação minoritária. Desde o verão que, nos EUA, é possível utilizar uma trotinete elétrica da Lime através da aplicação de smartphone da Uber, depois de um acordo entre as duas empresas para tornar essa integração possível.

Até ao final do ano a Uber deverá fechar um dos dois acordos possíveis, acrescenta o The Information, que baseia a informação em várias fontes próximas do processo mas que não se identificaram

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Largadas em passeios e a impedir a passagem. As trotinetes elétricas já criam problemas lá fora e começam a atrapalhar também em Lisboa

Para o presidente-executivo (CEO) da Uber, Dara Khosrowshahi, os meios de transporte individuais são mais adequados para viagens curtas dentro da cidade: “Durante a hora de ponta, é muito ineficiente para um chaço de uma tonelada de metal transportar uma pessoa por 10 quarteirões”, disse em entrevista ao Financial Times.

Apesar de admitir que esta mudança pode reduzir os lucros da Uber numa primeira fase, Khosrowshahi está confiante de que no futuro a estratégia vai revelar-se rentável para a Uber: “Financeiramente, no curto-prazo, talvez não seja uma vitória para nós, mas estrategicamente, no longo prazo, pensamos que essa é a forma como queremos ser conhecido”.

O líder da empresa reconheceu que fará menos dinheiro numa viagem de bicicleta do que numa de carro, mas considera que a vantagem estará no aumento do número de pessoas que vão usar a aplicação: “na minha carreira, apercebi-me de que o relacionamento a longo prazo ganha guerras. Por vezes, vale a pena perder batalhas para ganhar guerras”. Em relação aos motoristas, o CEO diz que podem beneficiar com a mudança, uma vez que podem começar a fazer viagens mais longas, com menos trânsito e mais rentáveis.