Antes eram os armazéns, aquela decadência que tão bem se dá com as batidas-por-minuto. Agora, a eletrónica apruma-se e procura locais com outros critérios. Falamos do ID,  um novo festival anunciado esta terça de manhã por Karla Campos (CEO da Live Experiences, que também faz o edpcooljazz) e pelo Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, no local onde o evento vai decorrer a 29 e 30 de Março, o Centro de Congressos do Estoril.

É, afinal de contas, o sucedâneo do Lisboa Dance Festival, que na última edição aconteceu no Hub Criativo do Beato. E até agora parece lindamente. No reconhecimento ao espaço percebemos já algumas pistas sobre a disposição e a estrutura do recinto do ID. Ao entrar no Centro de Congressos do Estoril terá o Grande Hall, que não é mais do que — precisamente — o hall do edifício completamente descoberto, onde se colocará o palco principal ao fundo, e onde, com toda a certeza, atuarão os maiores nomes do cartaz.

Depois há mais duas salas, uma por cima da outra, mais recônditas, mas com espaço suficiente para gerar pistas de dança repletas de gente, praticar os seus melhores moves, tudo com vista para o Estoril, e logo à noite. Momento panorâmico proporcionado pelas janelas de vidro que preenchem ambas as salas onde, presumivelmente, terão lugar sets de eletrónica mais dançável.

Pois, é que a não ser Dino d’Santiago, que já se sabe que atuará no Auditório, ainda nenhum artista está distribuído por nenhum palco. Seguimos por uma rampa – fica o aviso que será o melhor spot para as selfies com amigos, os de sempre ou os que se fizeram naquele momento – até ao tal Auditório, que é como sempre são os auditórios: alto, com cadeiras e aquele sentimento de acalmia, de querer sentar e contemplar: “Era uma parte da música eletrónica que fazia questão de ter, a eletrónica também tem um lado de sentar e apreciar, tem um lado minimalista, tem um lado de artistas de visuais e que se vão cruzar com os músicos aqui, algo que vai ser anunciado em breve. Há artistas de hip-hop e r&b que são bons de ver sentados, mas depois temos as outras salas para estar mesmo a dançar. E isso também nos interessa: é possível estar de diferentes formas num festival de música eletrónica”, garante Karla Campos.

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A mesma que por nós é convidada a comentar o cartaz – por falar nisso, aqui fica ele, todos os nomes que se conhecem até agora: IAMDDB, Madlib (DJ set), Arca, Kamaal Williams, Moullinex (DJ set), Dino d’Santiago, DJ Nigga Fox, Shaka Lion, Xinobi (DJ Set), Rui Maia, Meera, Progressivu, Dead End – e que se mostra muito entusiasmada:

“Pelo nome, ID é uma nova identidade para Cascais. Este cartaz mistura o que mais de relevante se está a fazer em termos da música eletrónica. Diria que o Madlib tem que ser destacado, é uma estreia em Portugal, há muitos anos que andava a tentar trazê-lo, é o inspirador de muitos produtores de hip-hop e por isso tinha que estar aqui. A IAMDDB já é uma frescura, algo que sai do hip-hop, trazer o eletro-afro com Nigga Fox, depois trazer aquilo que muito se fala: o Arca. É a eletrónica, é a sua performance ao vivo, ele representa aquilo que tanto hoje se fala de não haver género, ele é o que cada um de nós quiser, não interessa se é homem ou mulher. Um festival tem também uma responsabilidade de ouvir o que a sociedade quer e gosta e se há artistas que são representativos disso, e o Arca é um deles”.

Os bilhetes para o festival já se encontram à venda e até 15 de Janeiro, os passes custam 35€. De 16 de Janeiro a 28 de Março sobem para 45€ e nos dias do festival valem 50€. Os diários custam sempre 35€.