Os representantes dos bombeiros profissionais saíram esta terça-feira satisfeitos da reunião com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que se mostrou sensibilizado com a preocupação destes profissionais.

Depois de ter realizado, na segunda-feira, uma concentração e anunciado uma greve de duas semanas, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP) reuniram-se terça-feira com Fernando Medina.

Os representantes dos bombeiros profissionais marcaram esta reunião para sensibilizar o presidente da Câmara de Lisboa, responsável pelo maior destacamento de sapadores de bombeiros, para “as partes negativas” das propostas do Governo relacionadas com o estatuto e regime de aposentação, disse à Lusa Vítor Reis, do STML.

O sindicalista adiantou que Fernando Medina manifestou concordância com as preocupações dos bombeiros sapadores e municipais e ficou de marcar uma reunião com o Governo.

Por sua vez, o presidente da ANBP, Fernando Curto, disse à Lusa que a reunião com o presidente da Câmara de Lisboa “correu bem”, tendo o autarca manifestado disponibilidade em interceder junto do Governo.

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Em causa está o novo estatuto profissional que regula a carreira especial de sapador bombeiro e de oficial sapador, e o novo regime de aposentação, aprovados em Conselho de Ministros a 25 de outubro.

Esta proposta do Governo cria uma carreira unificada para os bombeiros municipais e sapadores e novas tabelas remuneratórias, além de integrar os operacionais da Força Especial de Bombeiros e os trabalhadores do Instituto de Conservação Natureza e das Florestas (ICNF) que desempenham funções de sapador florestal.

Vítor Reis sublinhou que este estatuto “desvaloriza fortemente a carreira” e “é preocupante em relação ao futuro”.

“Caso este estatuto seja aprovado corre-se o risco de não se conseguir novos ingressos nos bombeiros devido aos baixos salários”, afirmou o dirigente do STML.

Os bombeiros sapadores e municipais contestam essencialmente as carreiras, os salários e a aposentação.

A greve vai realizar-se entre os dias 19 de dezembro e 02 de janeiro.

No entanto, Fernando Curto ressalvou que a paralisação e futuras ações de protestos estão dependentes das negociações com o Governo.