O procurador especial norte-americano Robert Mueller decidiu não recomendar uma sentença de prisão ao ex-assessor do Presidente dos EUA Michael Flynn, devido à sua ajuda nas investigações no caso das alegadas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016.

Robert Mueller apresentou esta terça-feira o memorando com as informações partilhadas por Michael Flynn. “Dada a assistência substancial do acusado uma sentença que não imponha uma sentença de custódia — é apropriada e justificada”, indicou um documento judicial oficial.

A sentença de Flynn deverá ser conhecida no dia 18 de dezembro, mais de um ano após ter-se confessado culpado de mentir ao FBI sobre contactos com funcionários do governo russo, em nome de Donald Trump.

Michael Flynn pode estar a colaborar com investigação do FBI à campanha de Trump

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As falsas declarações de Flynn resultaram de um interrogatório de 24 de janeiro de 2017 com o FBI sobre os seus contactos com Sergey Kislyak, então embaixador da Rússia nos EUA, enquanto o governo do ex-Presidente dos EUA, Barack Obama, cobrava sanções ao Kremlin em resposta a alegadas interferências eleitorais. Em documentos judiciais arquivados junto com o seu acordo, Flynn disse que membros do círculo íntimo de Trump, incluindo o genro do Presidente e assessor da Casa Branca, Jared Kushner, estavam envolvidos no caso.

De acordo com memorandos escritos pelo ex-diretor do FBI James Comey, Trump tentou proteger Flynn, pedindo a Comey que deixasse a investigação sobre as suas declarações falsas. Trump negou ter pedido a Comey que abandonasse a investigação, mas o episódio está entre os que estão sob escrutínio de Mueller, enquanto tenta descobrir se Trump tentou obstruir a investigação ao caso da Rússia.

Flynn foi forçado a renunciar ao seu cargo, em 13 de fevereiro de 2017, depois de investigações jornalísticas revelarem que os elementos do executivo Obama tinham alertado a administração Trump sobre as declarações falsas de Flynn.

A Casa Branca admitiu que Flynn tinha enganado as autoridades, incluindo o vice-Presidente, Mike Pence, sobre o conteúdo de suas conversas.