A greve dos ferroviários está a causar fortes perturbações nos comboios, tendo a CP realizado 37% das composições previstas até ao meio dia, sendo que não circulou nenhum de longo curso, revelou fonte da operadora.

Assim, até ao meio dia, fizeram-se 211 comboios dos 569 previstos, com os serviços mais afetados a serem o regional, que realizou apenas 10 comboios de 149, e o longo curso, em que não circularam composições durante toda a manhã. Estavam previstas 30.

No caso dos urbanos de Lisboa circularam 48% das composições, num total de 136 em 284. Já nos urbanos do Porto estavam ao serviço 65 comboios de 106, ou seja, 61%, segundo a mesma fonte.

A greve dos ferroviários iniciou-se às 00h00, sem serviços mínimos nem transportes alternativos. A paralisação abrange trabalhadores da CP-Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) e visa reivindicar a aplicação dos acordos assinados com o Governo e administrações das empresas.

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“Esta é uma luta de todos a partir de processos distintos que estão perante o mesmo bloqueio do Governo e o que se exige é que haja negociação séria e construtiva”, lê-se num comunicado da Fectrans, a Federação de sindicatos do setor.

Em tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) foi decidido que não haveria serviços mínimos, além dos definidos por lei, ou seja, circulam até ao seu destino os comboios em marcha à hora do início da greve, os comboios socorro e os de transporte de mercadorias perigosas.

Na quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, manifestou, em Bragança, a disponibilidade do Governo para negociar com os ferroviários. “Isso faz muito pouco sentido, uma vez que estamos a meio de processos negociais, quer na CP, quer na IP e, em particular na IP, onde os sindicatos também decidiriam decretar esta greve, temos aliás os processos negociais bastante avançados”, afirmou o governante, à margem do anúncio do novo concurso público para a carreira área Bragança/Vila Real/Viseu/Tires/Portimão.

O ministro reconheceu que os processos negociais estão “numa fase sempre difícil, de revisão dos acordos de empresa”, todavia afiançou que “não é nada verdade” que o Governo não esteja disponível para negociar. “Antes pelo contrário”, vincou.

Também a Fertagus, que opera o comboio na ponte 25 de Abril, alertou que devido à greve na empresa gestora de infraestrutura ferroviária (IP) e, sem definição de serviços mínimos, “encontram-se previstas perturbações na circulação de comboios entre as 00h00 e as 24h00 do dia 7 de dezembro de 2018“.

Ligações ferroviárias para Sintra, Cascais e Setúbal a 100% apesar da greve

As ligações com destino a Sintra, Cascais e Setúbal estão a fazer-se a 100%, apesar da greve de 24 horas no setor ferroviário, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), que adiantou estarem asseguradas os comboios de mercadorias.

Em comunicado, a IP adianta que “relativamente aos comboios urbanos de Lisboa, estão a ser asseguradas 100% das circulações para as ligações com destino a Sintra, Meleças, Castanheira e Cascais, assim como entre o Barreiro e Praias do Sado”. “Estão também asseguradas a 100%, as circulações das ligações a Setúbal e Coina e garantidas cerca de 25% das ligações de Sintra com destino Alverca e Oriente”, é referido.

Na nota, a IP indica também que no Porto estão ser garantidos todos os comboios urbanos com destino a Braga, Guimarães, Penafiel e Caíde. Estão também garantidas, segundo a IP, todos os comboios de mercadorias incluídos nos serviços mínimos de segurança.

De acordo com a IP, “está a ser assegurada a atividade do centro de controlo de tráfego, que promove todas as informações associadas ao tráfego rodoviário e a atividade das unidades móveis, que patrulham diariamente as estradas e prestam assistência aos automobilistas”.

As greves de 24 horas dos trabalhadores ferroviários, que se iniciaram às 00h00 desta sexta-feira, estão a afetar a circulação de comboios em todo o país, não havendo serviços mínimos ou transportes alternativos.

O protesto de trabalhadores da CP-Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) visa reivindicar a aplicação dos acordos assinados com o Governo e administrações das empresas.

Em tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) foi decidido que não haveria serviços mínimos, além dos definidos por lei, ou seja circulam até ao seu destino os comboios em marcha à hora do início da greve, os comboios socorro e os de transporte de mercadorias perigosas.

A CP alertou, na terça-feira, para “fortes perturbações” na circulação de comboios, devido à greve, prevendo supressões a nível nacional em todos os serviços.

Também José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) disse à Lusa que a greve dos trabalhadores ferroviários “está a ter uma forte adesão“, havendo muitos comboios suprimidos. “Ainda é cedo para ter dados concretos uma vez que ainda há trabalhadores a entrar ao serviço, mas acreditamos que será uma grande adesão”, disse.

No que diz respeito à circulação, José Manuel Oliveira destacou que os comboios de longo curso e regionais foram suprimidos e que apenas se realizaram alguns urbanos. “Estou em Santa Apolónia [Lisboa] e aqui as bilheteiras estão encerradas e nos placards informativos a palavra normal é ‘suprimido’. Os serviços comerciais da CP estão encerrados. A indicação que temos é de que este vai ser o cenário o resto do dia”, concluiu.

Todos os comboios de longo curso e regionais previstos até às 08h00 suprimidos

Todos os comboios de longo curso e regionais previstos até às 08h00 foram suprimidos devido à greve de 24 horas do setor ferroviário que, segundo a Federação de Sindicatos, está a ter uma “forte adesão”.

A porta-voz da CP — Comboios de Portugal, Ana Portela, adiantou à agência Lusa que entre as 00h00 e as 08h00 estavam previstos 119 comboios em Lisboa, mas realizaram-se apenas 58. “No Porto, estavam previstos 50 e realizaram-se 21 até às 08h00. Nos totais gerais do país, estavam previstos 257 e foram feitos apenas 89, ou seja, os urbanos de Lisboa e Porto”, disse.

Apenas 27 ligações ferroviárias foram realizadas até às 6h00 devido à greve

A greve de 24 horas do setor ferroviário afetou a circulação até às 06h00 desta sexta-feira e realizaram-se apenas 19 ligações urbanas em Lisboa e oito no Porto de um total 64 a nível nacional, segundo a CP. Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da CP, Ana Portela, adiantou que até às 6h00 não se efetuaram comboios de longo curso, nem regionais, apenas os 19 urbanos em Lisboa e os oito no Porto.

“Em termos globais estamos a falar de 27 comboios realizados. Estavam programados 64 a nível nacional. Todos estes comboios foram suprimidos por uma questão de gestão da circulação da Infraestruturas de Portugal (IP) e não por falta de pessoal da CP”, disse, destacando que a IP tem o comando da circulação ferroviária.

“Esta é uma luta de todos a partir de processos distintos que estão perante o mesmo bloqueio do Governo e o que se exige é que haja negociação séria e construtiva”, segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).