A FIFA e a equipa de futebol Pascole Vale de Melbourne pediram ao Governo da Tailândia a libertação imediata do futebolista do Bahrein, Hakeem al-Araibi, que reside com o estatuto de refugiado na Austrália. O ex-internacional do Bahrein foi detido no aeroporto de Banguecoque na semana passada. Um mandado da Interpol para a sua prisão foi emitido em aparente violação das regras que protegem os refugiados.

Esta sexta-feira, numa carta, a equipa de futebol onde joga al-Araibi sublinhou a necessidade de se proteger os “direitos fundamentais de segurança e liberdade” do seu atleta, de forma a evitar a extradição para o Bahrein, país de onde o atleta “escapou de perseguição”. Já a FIFA, o organismo máximo do futebol mundial, pediu o regresso de Hakeem al-Araibi à Austrália “o mais cedo possível” e afirmou esperar que o seu caso “seja resolvido de acordo com os padrões internacionais estabelecidos”.

As autoridades australianas concederam o estatuto de refugiado em 2017 a Hakeem, que havia chegado àquele país em 2014, fugindo do Bahrein após ser condenado à revelia a dez anos de prisão por danos causados numa esquadra de polícia.

Segundo o futebolista, detido agora na Tailândia, as acusações das autoridades são falsas, já que durante nos dias do ataque à esquadra encontrava-se fora do país num torneio de futebol, e explica-as como resultado de sua participação nas revoltas da “Primavera Árabe” no Bahrein em 2012. Hakeem chegou a Banguecoque a 27 de novembro, acompanhado da esposa, vindo de Melbourne, para passar alguns dias de férias, quando foi detido no aeroporto tailandês após uma notificação da Interpol.

Embora a Interpol tenha retirado essa notificação a 4 de dezembro, o jogador ainda está detido num centro de imigração na capital tailandesa. O chefe do Escritório de Imigração, Surachate Hakparn, disse à agência de notícias Efe que se o Bahrein apresentar um mandado de detenção é provável que ele seja entregue a esse país. Organizações não-governamentais de defesa de direitos humanos pediram também a libertação imediata de Hakeem al-Araibi.

A Tailândia não é signatária da Convenção das Nações Unidas sobre Refugiados, datada de 1951, e tem sido criticada por extraditar refugiados e requerentes de asilo para países onde são alvo de perseguição e tortura.

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