O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, demitiu o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Ruslan Hermes Nguema Oyana, por “irregularidades cometidas no exercício das suas funções”, segundo um decreto lido na quinta-feira na televisão estatal.

Este decreto presidencial não indica a natureza das “irregularidades cometidas” por Oyana, promovido em 12 de outubro, por ocasião do 50.º aniversário da independência da Guiné Equatorial, ex-colônia espanhola, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).

Ruslan Hermes Nguema Oyana foi promovido ao mesmo tempo que vários outros oficiais foram despromovidos, referiram fontes militares à AFP.

As mesmas fontes adiantaram que essas “promoções controversas resultaram de acordos entre militares e não foram merecidas”.

Teodoro Nguema Obiang Mangue, vice-presidente responsável pela defesa e segurança e filho do Presidente, fazia parte desse conjunto de promoções, assim como vários outros membros da família presidencial, mencionaram as fontes militares.

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Obiang Mangue passou do posto de coronel para general de divisão, sem passar pelo posto de general da brigada.

Ao contrário de outros oficiais, Obiang Mangue não foi despromovido, afirmaram as fontes militares.

O chefe do Estado-Maior Hermes Nguema Oyana foi imediatamente substituído pelo seu adjunto, o major-general Lamberto Nguema Micha.

Teodoro Obiang Nguema, de 76 anos, foi reeleito em 2016 para um quinto mandato presidencial com 94% dos votos, num ato eleitoral que ficou marcado por acusações de fraude eleitoral.

A governação de Obiang é frequentemente alvo de fortes críticas por parte de organizações de direitos humanos, que acusam o regime da Guiné Equatorial de repressão política, de intimidação de organizações independentes da sociedade civil e dos ‘media’, bem como de atos de corrupção.