O médium João de Deus, da casa Dom Inácio de Loyola, na cidade brasileira de Abadiânia, em Goiás, está a ser acusada por mais de dez mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais.

As denúncias foram feitas em meios distintos: 10 mulheres falaram ao programa Conversa com Bial, do jornalista Pedro Bial; três falaram ao jornal O Globo; e a 14ª mulher a falar relatou os alegados abusos sexuais à TV Anhanguera.

“Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus, muito menos a fé de milhares de pessoas que o procuram. Estamos apenas dando voz a mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium”, disse Pedro Bial durante o seu programa.

De todas as denunciantes, apenas uma se identificou: Zahira Leeneke Maus, coreógrafa holandesa. As restantes mulheres preferiram o anonimato, sabendo-se apenas que são tanto fiéis e frequentadoras da casa Dom Inácio de Loyola e também algumas são funcionárias daquele local.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A queixosa de nacionalidade holandesa é a única que se queixa de ter sido penetrada pelo médium, chegando mesmo a acusá-lo de violação. Tanto a ela como a outras, o médium João de Deus terá dito que as suas ações não se tratavam de violação ou abuso sexual, mas antes de um “cura”.

“Na primeira ocasião, ele pegou um colchão que tinha no corredorzinho e colocou no chão. Ele mandou eu tirar a roupa, eu tirei. Não entendi muito bem. Da outra vez que eu fui, ele sentou na poltrona dele, tirou as calças e mandou eu mexer no órgão dele”, relatou a última mulher a falar, explicando que o episódio remonta a 2005. Sobre o tempo que levou a divulgar a sua história, falou do medo associado à sua denúncia. “Era medo, medo de me expor, ele tem costas quentes, é poderoso em Abadiânia e em Goiás”, afirmou.

Em comunicado enviado pela sua assessoria de imprensa, João de Deus disse que “rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”. “Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais”, lê-se no comunicado.