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Nem um Barcelona lhes tira o sorriso. E como eles são felizes com a bola nos pés (a crónica do Sporting-Desp. Aves)

Este artigo tem mais de 5 anos

Dost falou num Desp. Aves que parecia o Barça na primeira parte mas eficácia do Sporting nessa fase e o 3-1 logo aos 48' conduziram à goleada (4-1) com bis do holandês e três assistências de Bruno.

Nani fez o golo da noite nos descontos da primeira parte, Bruno Fernandes assistiu para três dos quatro golos do Sporting
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Nani fez o golo da noite nos descontos da primeira parte, Bruno Fernandes assistiu para três dos quatro golos do Sporting

AFP/Getty Images

Nani fez o golo da noite nos descontos da primeira parte, Bruno Fernandes assistiu para três dos quatro golos do Sporting

AFP/Getty Images

Marcel Keizer foi oficialmente apresentado a 12 de novembro; quase um mês depois, estreou-se em Alvalade. Durante essa fase, fez três encontros e ganhou sempre. Nem tudo mudou no Sporting depois do verdadeiro terramoto que abalou o mundo verde e branco durante seis meses, sobretudo em relação a tudo o que se passa fora das quatro linhas, mas o holandês teve esse condão de repor a normalidade no futebol leonino. Quase um mês depois, muito mudou. E sem grandes segredos.

Sporting goleia Desp. Aves em Alvalade (4-1) e soma quinta vitória seguida no Campeonato

A seguir ao triunfo frente ao Rio Ave em Vila do Conde, o antigo treinador do Al Jazira esteve muitos minutos à conversa com o argentino Acuña, de novo aposta como lateral. O internacional foi substituído por Jefferson pouco depois da hora de jogo por ter um cartão amarelo e por estar exposto ao vermelho por acumulação e ouviu as recomendações do número 1 da equipa técnica para evitar eventuais problemas sem perder aquele sangue quente tipicamente sul-americano. É nos pormenores que o sucessor de José Peseiro faz a diferença. Como já tinha acontecido com a mudança de rotinas nos treinos ou nas folgas a meio da semana. Mais do que resultados (três triunfos) e golos (13 em três partidas), teve sorrisos. Essa foi a principal vitória antes do Desp. Aves. Uma vitória assente em processos simples, proximidade com os jogadores e convicção numa ideia de jogo.

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Keizer admitiu primeira parte menos conseguida mas somou nova goleada na estreia em casa (PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/Getty Images)

“Segredos? Em todos os jogos entramos em campo para ganhar e nos últimos três viu-se que o Sporting quer jogar um futebol atacante mas também defender bem. Queremos ser uma equipa em que os jogadores se divertem em campo. Espero que os adeptos, quando veem a equipa a jogar, gostem e apoiem, especialmente em casa. Às vezes pode haver momentos em que a equipa não está tão bem, pelo que os adeptos são importantes para dar essa força extra”, explicou na conferência de imprensa antes da estreia no estádio José Alvalade como treinador do Sporting, onde tinha pela frente a formação que provavelmente mais mexe com as memórias recentes dos leões: o Desp. Aves, vencedor da Taça de Portugal no Jamor em maio no culminar de uma das semanas mais negras de sempre da história do clube por causa do ataque na Academia.

Ficha de jogo

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Sporting-Desp. Aves, 4-1

12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Vítor Ferreira (AF Braga)

Sporting: Renan Ribeiro; Bruno Gaspar, Coates, Mathieu, Acuña; Gudelj, Wendel (Jefferson, 58′), Bruno Fernandes; Diaby (Bruno César, 72′), Nani e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, André Pinto, Petrovic, Jovane Cabral e Fredy Montero

Treinador: Marcel Keizer

Desp. Aves: André Ferreira; Rodrigo, Ponck, Defendi, Vítor Costa; Rúben Oliveira (Rodrigues, 64′), El Adoua (Fariña, 79′), Vítor Gomes, Elhouni (Derley, 58′); Nildo e Amilton

Suplentes não utilizados: Beunardeau, Felipe, Nelson Lenho e Falcão

Treinador: José Mota

Golos: Defendi (17′), Bas Dost (40′, g.p. e 48′), Nani (45+1′) e Diaby (60′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Vítor Gomes (30′), Acuña (30′ e 55′), Rodrigo (30′), Vítor Costa (34′), Derley (62′) e Ponck (76′); cartão vermelho por acumulação a Acuña (55′); ordem de expulsão do banco a José Mota (41′)

Também de forma simples, como o trabalho que está a ser feito, algumas nuances na equipa que fizeram toda diferença: Wendel no meio-campo, alternando com Bruno Fernandes o posicionamento mais ou menos próximo de Gudelj; as movimentações por dentro de Nani, criando superioridade no corredor central e libertando o lateral para subidas; a capacidade de pressão inspirada no Bayer Leverkusen de Roger Schmidt, com uma corrida desenfreada até recuperar a bola em três a cinco segundos depois da perda. Até aqui foi sempre assim, até aqui o Sporting foi sempre melhor. No entanto, na primeira parte frente ao Desp. Aves, as coisas foram diferentes. Como diria Bas Dost no final, “parecia o Barcelona”. Os leões sentiram problemas mas tiveram uma “estrelinha” que os acompanhou: a eficácia; depois, a goleada surgiu de forma natural, mesmo com menos um.

Com os mesmos nomes (pela primeira vez Keizer não mexeu no onze) e os mesmos posicionamentos, o Sporting enfrentou dificuldades como não encontrara nem em Vila do Conde, até aqui o teste mais exigente nesta nova era. Diaby, num movimento interior da direita para o centro da área, acertou nas malhas laterais após passe de Nani (14′) mas seria o Desp. Aves a chegar à vantagem, com Defendi a aproveitar um livre lateral bem batido por Rodrigo para desviar a bola de cabeça junto ao poste (17′). Ato contínuo, e pouco depois, Amilton foi lançado em velocidade, deixou Coates completamente atrás da sua roda mas, na altura da decisão, não conseguiu fugir à “mancha” que Renan Ribeiro conseguiu fazer (20′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Desp. Aves em vídeo]

José Mota tinha preparado uma estratégia arriscada mas que surtiu efeito. Ao prescindir de uma unidade mais de referência na frente, o Desp. Aves corria o risco de ver sobretudo Mathieu poder sair com bola controlada mais à vontade, criando uma primeira fase de construção por ali e permitindo que os médios mais criativos encostassem mais no último terço. No entanto, aquilo que se percebeu é que não só o meio-campo “secou” as ações de Wendel, que tinha estado em destaque nos últimos encontros, como as unidades mais ofensivas, como Amilton e Elhouni, exploraram a explosão e a mobilidade para deixarem sempre em sentido a defesa verde e branca, que voltou a sofrer golos esta noite. Valeu ao Sporting o VAR… e a eficácia.

Num lance que deixou o banco dos visitantes à beira de um ataque de nervos, e que levaria mesmo Vítor Ferreira a dar ordem de expulsão ao técnico dos avenses, Vítor Costa deu um pontapé em Diaby na área e, após auxílio do vídeo-árbitro e da câmara no relvado, o lance foi sancionado como falta para grande penalidade. Que existia contacto ninguém duvidava, restava apenas saber em que momento tinha acontecido. Bas Dost, como sempre, não perdoou e fez o empate (40′). Um empate que Elhouni não conseguiu desfazer por pouco depois de mais uma falha de Coates, com um passe disparatado para a área; um empate que Nani, com um grande golo a contar ainda com um desvio num defesa contrário, desfez já nos descontos (45+1′); um empate que os visitantes reclamaram mesmo ao cair do pano, num lance em que Amilton foi empurrado na área (45+3′).

O técnico do Sporting só queria provavelmente chegar ao intervalo para conseguir mexer com o jogo em termos táticos, face aos vários erros que a equipa ia cometendo nas transições defensivas e às dificuldades para entrar no último terço do Desp. Aves, e teve esse brinde de poder descer aos balneários em vantagem quando nada o fazia prever. O holandês não pormenorizou na zona de flash interview quais eram esses erros em concreto mas destacou que os jogadores tinham consciência de que as coisas não tinham corrido bem. Queriam corrigir. E conseguiram, por culpa também dos avenses que deixaram que os leões entrassem na sua zona de conforto num lance proibido em termos defensivos neste tipo de encontros.

No seguimento de um lançamento lateral na esquerda, Bruno Fernandes, rodeado de opositores, recebeu a bola, conseguiu rodar, ganhou espaço perante alguma passividade no ataque à bola do Desp. Aves e cruzou para Bas Dost surgir ao primeiro poste e, de cabeça, desviar cruzado para o 3-1 (48′). Esse acabou por ser o lance decisivo numa segunda parte onde o Sporting esteve melhor e, mesmo reduzido a dez unidades, após expulsão de Acuña por acumulação, ainda conseguiu ampliar a vantagem para a goleada, em mais um passe fantástico do médio internacional português que somou pela primeira vez três assistências num jogo para Diaby ganhar as costas em velocidade e rematar de pé esquerdo colocado e sem hipóteses (60′).

Esta noite, frente a um Desp. Aves que veio discutir o jogo de forma aberta e não merecia sair goleado de Alvalade, o Sporting de Marcel Keizer encontrou problemas como ainda não tinha sofrido. Deu a volta, com o mérito da eficácia à mistura, e somou mais um triunfo gordo, o quarto seguido do holandês naquela que foi também a quinta vitória consecutiva no Campeonato. Mas a maior diferença continua mesmo a ser a dos sorrisos: com mais ou menos dificuldades, com maior ou menor sucesso, a equipa verde e branca espantou fantasmas e recuperou a alegria de jogar futebol depois de meses a fio em crise. E como eles são felizes com a bola nos pés, seja na criação (Bruno Fernandes) ou no último toque (Bas Dost). Mesmo em jogos frente a adversários bem preparados que, há não muito tempo, tinham tudo para acabar da pior forma. Também aqui, o segredo passou pela bola. Pela eficácia de passe. Pelo tipo de bola com posse. No resto das estatísticas, o Desp. Aves até foi superior.

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