O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou esta segunda-feira em Brasília que vai governar “em benefício de todos” e pediu “a confiança” dos eleitores que não votaram nele. A declaração surgiu na cerimónia onde o candidato foi considerado formalmente apto para representar o cargo, depois de passar os prazos de questionamento e de processamento do resultado das eleições.

“A partir de 1º de janeiro serei o Presidente de todos, dos 210 milhões de brasileiros. Governarei em benefício de todos sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade, ou religião”, declarou Jair Bolsonaro (extrema-direita), durante a cerimónia, realizada esta segunda-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral brasileiro, em Brasília.

Bolsonaro agradeceu também aos mais de 57 milhões de votos recebidos na segunda volta das eleições presidenciais, que decorreram a 28 de outubro, e pediu a “confiança” dos eleitores que optaram por outros candidatos.

“Agradeço aos mais de 57 milhões de brasileiros que me honraram com o seu voto. Aos que não me apoiaram, peço a confiança para construirmos juntos um futuro melhor para o nosso país”, disse.

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Durante o seu discurso, Jair Bolsonaro começou por agradecer a Deus o facto de estar vivo e por o ter colocado na liderança do país sul-americano, tendo afirmado um compromisso “de amor à pátria e de um presente de paz e futuro mais próspero”.

O Presidente eleito disse ainda que tenciona governar de forma ampla,”para todos”, deixando de parte uma separação de sexos, raças ou religiões, num discurso marcadamente oposto àquele que o acompanhou durante toda a sua campanha, e que lhe valeu acusações de ser “racista”, “sexista” e “homofóbico”.

O ex-capitão do exército frisou que o Brasil é “uma das maiores democracias do mundo”. Segundo ele, os brasileiros votaram de forma “pacífica e ordeira”, expressando o seu desejo por mudanças.

O Tribunal Superior Eleitoral brasileiro realizou esta segunda-feira a cerimónia onde o Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, e o seu vice, Hamilton Mourão, foram considerados formalmente aptos a representarem o cargo e onde receberam o diploma que os habilita a assumir os respetivos cargos presidenciais.

No evento, que atesta a aptidão de Jair Bolsonaro para tomar posse no dia 1 de janeiro, os diplomas foram entregues por Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), certificando o resultado das eleições.

Durante a execução do Hino Nacional do Brasil, Jair Bolsonaro optou por não cantar, mostrando-se emocionado.

A família do Presidente eleito do Brasil marcou presença na cerimónia, tendo a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a filha do casal, Laura, e os três filhos de Bolsonaro, Flávio, Carlos e Eduardo, ocupado a primeira fila do auditório.

Para receber o diploma, os eleitos precisam de estar com o registo de candidatura aprovado e as contas de campanha julgadas, o que ocorreu na passada terça-feira.

A candidatura de Bolsonaro arrecadou mais de 4,3 milhões de reais (cerca de 965 mil euros), tendo declarado gastos de 2,4 milhões de reais (539 mil euros) segundo dados do TSE. A aprovação das contas foi feita “com ressalvas”, tendo sido encontradas pequenas irregularidades.

Minutos após o encerramento da cerimónia, Jair Bolsonaro manifestou-se através da rede social Twitter, afirmando: “Como sempre tenho dito, encaro esta etapa de minha vida como uma missão de Deus. Faremos o possível para dar à nossa nação um futuro com dias melhores. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, reiterou.

Bolsonaro e o seu executivo tomam posse no dia 1 de janeiro.