A Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa indicou esta segunda-feira que 95% das corporações do distrito deixaram de reportar ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) qualquer informação operacional.

O presidente da federação, António Carvalho, disse à Agência Lusa que apenas três das 56 corporações de bombeiros voluntários estão a informar o CDOS de Lisboa.

António Carvalho adiantou que esta suspensão de informação operacional ao CDOS vai manter-se até que “o Governo volte à mesa das negociações e aceite as reivindicações dos bombeiros”.

No sábado, o Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu suspender toda a informação operacional aos CDOS desde as 00h00 de domingo, em protesto contra as propostas aprovadas na reunião do Conselho de Ministros de 25 de outubro, na área da proteção civil, com a maior contestação centrada nas alterações à lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil, futuro nome da atual Autoridade Nacional de Proteção Civil.

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Bombeiros Voluntários abandonam Proteção Civil e suspendem informações operacionais a comandos distritais

O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, e a ANPC garantiram que a suspensão de informações operacionais por parte dos bombeiros à ANPC não compromete o socorro à população.

Em resposta à LBP, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou que a suspensão de informações operacionais por parte dos bombeiros à ANPC é ilegal e coloca em causa a segurança das pessoas ao afetar a coordenação de meios de resposta.

A LBP reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa disse ainda que as cinco corporações dos bombeiros voluntários do concelho de Oeiras decidiram tocar todos os dias às 21h00 as sirenes durante um minuto como forma de protesto.

António Carvalho adiantou que a federação vai reunir, na terça-feira, para decidir se este protesto se vai alargar a outras corporações do distrito de Lisboa.