O CDS-PP vai pedir a audição, no parlamento, do ministro da Administração Interna, Liga dos Bombeiros e Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) para tentar esclarecer o conflito do Governo com os bombeiros, foi esta segunda-feira anunciado.

A posição foi expressa pelo deputado centrista Telmo Correia, no parlamento, após um fim de semana de conflito público entre o Governo e os bombeiros, que deixaram de participar na estrutura da ANPC, em rutura com o executivo contra os diplomas aprovados pelo sobre as estruturas de comando.

Telmo Correia repetiu o que já dissera no domingo, acusando o ministro Eduardo Cabrita de proferir “declarações irresponsáveis” ao classificar a decisão de liga dos bombeiros de “absolutamente irresponsável”. “É preciso saber o que é que leva o ministro a proferir este tipo de declarações, elas sim indiscutivelmente irresponsáveis. É preciso saber o que é que isto representa para a segurança dos portugueses”, afirmou o deputado centrista aos jornalistas.

Além da Liga dos Bombeiros, o CDS quer que a Comissão de Assuntos Constitucionais oiça também a ANPC para que “esclareça que riscos efetivamente resultam ou não desta situação”.

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Eduardo Cabrita será questionado pelo CDS para “esclarecer se tem ou não capacidade de diálogo” para resolver um problema. “Este Governo demonstra uma arrogância e uma incapacidade de diálogo muito grande”, acusou.

Telmo Correia enquadrou este protesto numa atitude do Governo que “parece ter um problema em geral com estruturas de soberania e com a proteção dos portugueses”, dando o exemplo dos conflitos na PSP, GNR ou ainda nos serviços prisionais.

O ministro da Administração Interna tem já prevista uma audição, regimental, em 8 de janeiro de 2019, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, anunciou no sábado que os bombeiros deixavam de participar na estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o que motivou uma reação acusatória do ministro da tutela, Eduardo Cabrita, que classificou a decisão como “absolutamente irresponsável”. Este conflito já levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que todos os intervenientes evitem afirmações públicas que dificultem o diálogo neste “domínio muito sensível” da Proteção Civil.