O ex-vice-presidente norte-americano, Al Gore, prémio Nobel da Paz 2017, considerou esta terça-feira “insultuosa” a posição dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da Rússia na conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP24) que decorre na Polónia.

O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), com o qual Gore partilhou o Nobel, foi “insultado pelos governos dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e da Rússia”, declarou o ex-responsável democrata durante um discurso no Fórum do Prémio Nobel da Paz, em Oslo.

Na COP24, que decorre em Katowice, sul da Polónia, os Estados Unidos, a Arábia Saudita, a Rússia e também o Kuwait, defenderam este fim de semana que as delegações “tomem nota” do mais recente relatório do IPCC, que alerta para a necessidade de ação urgente na redução de emissões de gases com efeito de estufa, mas sem o endossarem.

Os Estados insulares, apoiados pela União Europeia e pelos países menos desenvolvidos, insistiram que a assembleia “acolha favoravelmente o texto”.

Segundo o relatório, é preciso reduzir cerca de 50% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, em relação a 2010, se o mundo quiser limitar o aquecimento global a 1,5 graus acima dos valores médios da era pré-industrial, limite acima do qual é tido como certo que eventos meteorológicos extremos se tornarão frequentes e cada vez mais violentos.

“Para os três maiores produtores de hidrocarbonetos do planeta, foi, por assim dizer, perturbador receber favoravelmente os factos científicos”, ironizou Gore, autor do documentário “Uma Verdade Inconveniente” sobre as alterações climáticas.

Em 2007, o comité Nobel norueguês distinguiu Gore e o IPCC “pelos esforços na recolha e divulgação do conhecimento sobre as alterações climáticas provocadas pelo homem e por fundamentarem as medidas necessárias na luta contra o aquecimento”.

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