Angola produziu 1,521 milhões de barris de petróleo por dia em novembro, um aumento de 3 mil barris face a outubro, segundo o relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) divulgado esta quarta-feira.

Os valores publicados esta quarta-feira, com base em dados de fontes secundárias, representam um aumento face aos 1,518 milhões de barris registados em outubro (o valor foi revisto em baixa face aos primeiros dados, que apontavam para uma produção diária de 1,533 milhões de barris).

Angola manteve assim a posição de segundo maior produtor africano de crude, atrás da Nigéria.

A Nigéria, líder africana na produção petrolífera, viu a sua produção diária descer em 30 mil barris de crude, alcançando os 1,736 milhões de barris por dia em novembro, depois de uma revisão dos valores de outubro, que passaram de 1,751 milhões de barris por dia para 1,765 milhões de barris por dia.

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Durante praticamente todo o ano de 2016 e até maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.

A produção naquele país foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 1 de janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

O último relatório da OPEP refere também que, em termos de “comunicações diretas” à organização, Angola terá produzido 1,417 milhões de barris de petróleo por dia em novembro.

Os números apresentados pela OPEP com base em dados de fontes secundárias contrariam assim as “comunicações diretas”, que apontam para um corte de 40 mil barris diários na produção angolana em novembro, face a outubro.

Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.

Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças de Angola.

Entretanto, a OPEP acertou, este mês, em conjunto com outros produtores que não integram a organização, o corte na produção de petróleo.

Os membros da OPEP irão cortar a produção em 800 mil barris de petróleo por dia, a Rússia terá uma diminuição de 200 mil barris por dia, tal como outros países que não integram a organização.

A medida pretende forçar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado petrolífero, tentando travar a descida de preços registada nos últimos meses.