O ministro da Defesa moçambicano, Atanásio M’tumuke, disse esta quinta-feira que o Governo está a cumprir os acordos sobre a integração nas Forças Armadas de oficiais da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

“Estamos a cumprir aquilo que foi o entendimento: nós, como Governo, estamos a avançar”, referiu, durante a cerimónia de posse de três oficiais – afetos à Renamo – em cargos previstos num memorando assinado a 06 de agosto, que está disponível para consulta no portal da Presidência da República.

O ministro da defesa empossou esta quinta-feira o comodoro Inácio Luís Vaz e os brigadeiros Xavier António e Araújo Andeiro Maciacona para exercerem as funções de direção dos departamentos de Informações Militares, Operações e Comunicações, respetivamente, todas no Estado-Maior General das Forças Armadas.

A Renamo lamentou na quarta-feira que só tenha três nomeações em vez das 14 previstas no memorando. Confrontado quinta-feira, pelos jornalistas, com as queixas da Renamo, o ministro da Defesa disse que o número é uma “invenção”.”Não, 14 não. Podem inventar”, respondeu Atanásio M´tumuke, apesar de o número constar do memorando de entendimento sobre assuntos militares.

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O documento distribui diversos cargos militares entre a Renamo e o Governo e, ao nível do Estado-Maior General das Forças Armadas, prevê que, de um total de nove departamentos, três sejam entregues a homens do partido da oposição – quinta-feira nomeados.

Foi sobre esses três que Atanásio M´tumuke referiu estarem a ser cumpridas indicações dadas por ainda pelo ex-presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que morreu em maio. Mas o memorando prevê, adicionalmente, que, de um total de 12 repartições do Exército, quatro sejam entregues à Renamo, assim como lhe sejam entregues sete posições em brigadas e batalhões independentes – totalizando 14 oficiais da Renamo a enquadrar nas FADM.

O mesmo documento prevê ainda o enquadramento de outros “10 oficiais para ocupar postos de direção e comando na Polícia da República de Moçambique (PRM)”, mas só depois de um “entendimento referente à sua colocação na orgânica do Ministério do Interior”.