O Presidente da Guiné-Bissau vai marcar a data das eleições legislativas antes do dia 22, altura em que vai participar na cimeira de líderes da comunidade da África Ocidental, disse esta quinta-feira o primeiro-ministro do país, Aristides Gomes.

À saída de mais uma ronda de conversações, no Palácio da Presidência, entre o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, o primeiro-ministro, partidos políticos e técnicos de administração eleitoral, Aristides Gomes indicou aos jornalistas que o Governo vai declarar “brevemente” o término do recenseamento para permitir a marcação da data das eleições.

Aristides Gomes assinalou que o Presidente guineense vai ter que ter uma indicação precisa do Governo, em concertação com os partidos políticos, para, antes do dia 22 de dezembro, decretar a data da ida às urnas.

“Vamos apresentar ao Presidente várias simulações de datas para que possa fixar uma data antes de ele partir para cimeira [da CEDEAO] no dia 22”, disse o primeiro-ministro.

Uma delegação ministerial da CEDEAO, de visita à Guiné-Bissau, pediu esta quarta-feira a realização de eleições legislativas guineenses até final de janeiro e que a data seja conhecida até à próxima cimeira da organização, no dia 22 de dezembro.

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“A delegação ministerial [da CEDEAO] reafirma a necessidade urgente de se fixar a data das eleições que deverão realizar antes do final de janeiro de 2019. Aquela data deverá ser conhecida antes da próxima cimeira [de chefes de Estado e de Governo] da CEDEAO, a 22 de dezembro”, refere o comunicado final da visita que uma missão ministerial da organização realizou esta quinta-feira a Bissau.

Aristides Gomes enalteceu o caráter da reunião desta quinta-feira, na qual peritos da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) informaram sobre os termos de referência para avaliação de todo o processo de recenseamento eleitoral, alvo de suspeitas por parte dos partidos.

“Estamos a fazer tudo para que os resultados das eleições sejam aceites por toda a gente, o que passa pela validação do recenseamento, que é auditado”, declarou o chefe do Governo, salientando ser a primeira vez que o procedimento ocorre no país.

O antigo primeiro-ministro e líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional (Frepasna, partido extraparlamentar), Baciro Djá, congratulou-se com a posição do Presidente guineense, José Mário Vaz.

“Penso que o Presidente da República hoje conseguiu assentar-se nas bases da democracia”, considerou Djá, frisando que José Mário Vaz compreendeu que não tem competências para avaliar tecnicamente o recenseamento eleitoral, mas sim o Governo, disse.

“O Presidente marca a data das eleições, ouvindo os partidos políticos, a Comissão Nacional de Eleições e outros parceiros envolvidos”, destacou Baciro Djá.