Um tribunal colombiano multou na quinta-feira a construtora brasileira Odebrecht em cerca de 222 milhões de euros e proibiu-a de celebrar contratos com entidades oficiais durante dez anos devido aos atos de corrupção cometidos naquele país. O tribunal aceitou o pedido feito pelo procurador-geral, Fernando Carrillo, para “proteger a moralidade administrativa e a defesa do património público”.

De acordo com o Ministério Público, a construtora pagou subornos na Colômbia no valor de 84 mil milhões de pesos (cerca de 23 milhões de euros) para obter o contrato para construir a autoestrada Rota do Sol II. A 9 de dezembro, as autoridades peruanas anunciaram que a construtora brasileira Odebrecht acordou pagar uma multa de 181 milhões de dólares (159 milhões de euros) e fornecer documentos e dados sobre subornos feitos a oficiais do país.

A construtora brasileira admitiu o pagamento de 800 milhões de dólares (cerca de 703 milhões de euros) a autoridades peruanas em troca de contratos públicos lucrativos. Já no Equador, o ex-vice-Presidente Jorge Glas foi mesmo detido no âmbito de um caso de corrupção que envolve a empresa brasileira Odebrecht.

A empresa brasileira Odebrecht, envolvida num escândalo internacional de corrupção, anunciou em novembro a intenção de renegociar três mil milhões de dólares (2,64 mil milhões de euros) em dívidas com credores no exterior. A Odebrecht está num processo de reestruturação e transformação após ser protagonista, juntamente com outras construtoras brasileiras, do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, relacionado com desvios descobertos na petrolífera estatal Petrobras.

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A corrupção revelada na Odebrecht não se limitou ao território brasileiro e expandiu-se também por outros dez países da América Latina e de África, e cujas autoridades estão a investigar o pagamento de subornos aos seus políticos por parte da construtora.

A empresa assinou acordos de colaboração com a Justiça no Brasil, nos Estados Unidos, na Suíça e em vários países da América Latina, nos quais, além de pagar multas milionárias, reconheceu ter cometido atos ilegais e comprometeu-se a não os repetir.

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