“É um momento muito raro mas muito triste e que é um retrato dos riscos da vocação que abraçaram“. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa — que se encontra num almoço solidário de Natal, em Odivelas –, lamentou a morte dos quatro ocupantes do helicóptero do INEM que se despenhou este sábado, em Valongo.

A minha primeira palavra vai, naturalmente, para aqueles que, infelizmente, pereceram naquele acidente [..]. Para eles e para as suas famílias vai o meu primeiro pensamento, apresentando condolências muito sentidas às famílias”, declarou.

Após ter estado “toda a madrugada em contacto com o presidente do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica]”, o chefe de Estado classificou este como um “momento raro, mas muito triste, e que é o retrato dos riscos da vocação que abraçaram, quer médico, quer enfermeira e bombeira, quer os pilotos”. Notando que as vítimas mortais, “foram vítimas do serviço da comunidade e os portugueses estão gratos por isso”, Marcelo Rebelo Sousa quis também transmitir a sua solidariedade “ao INEM e em geral a todos os operacionais”.

O Presidente da República vincou que, “das várias conversas com o presidente do INEM, resultou a ideia de que há preocupação de apurar tudo o que se terá passado, rodeando este acidente, para determinar efetivamente os factos que ocorreram, como ocorreram, e as lições que se podem e devem extrair para o futuro”.

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A seu ver, importa saber “o que terá passado relativamente ao voo feito, às eventuais causas do acidente, ao conhecimento do acidente e relativamente ao tempo que mediou entre o conhecimento ou os conhecimentos e a intervenção ou intervenções que houver a seguir”. “E, portanto, temos de apurar antes de formular juízos”, adiantou.

Heli do INEM. Passaram duas horas entre o primeiro alerta e a operação de socorro. Porquê?

Minutos antes, numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo enviou “sentidas condolências” às famílias das quatro vítimas.

É particularmente trágico que estes heróis da emergência médica, que passavam os seus dias a salvar doentes e vítimas de acidentes, tenham eles próprios perecido desta forma”, acrescentou a nota da presidência.

Na mesma nota, é referido que o Presidente da República esteve em contacto durante a madrugada com o presidente do INEM e “coordenará com o Governo a justa homenagem a estes profissionais dedicados”.

Também o o primeiro-ministro, António Costa, manifestou durante a madrugada pesar pela morte de quatro pessoas na sequência da queda do helicóptero do INEM. “Quero naturalmente apresentar às famílias e amigos as mais sentidas condolências e dirigir uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham no Instituto Nacional de Emergência Médica e que prestam um serviço inestimável aos portugueses”, afirmou à Lusa em Abu Dabi, numa escala antes de partir para uma visita a uma força nacional destacada. O primeiro-ministro disse que no momento próprio serão apuradas “as causas deste acidente”, frisando que “neste momento” é prematuro falar sobre as razões.

Já o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ordenou este domingo a abertura de um “inquérito técnico urgente” ao acidente com um helicóptero do INEM em Valongo, para apurar o que correu mal com o “lançamento dos alertas”. O Ministro da Administração Interna determinou à Autoridade Nacional de Proteção Civil a abertura de um inquérito técnico urgente ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas”, informou o Ministério da Administração Interna em comunicado.

Ministra da Saúde agradece dedicação e coragem das equipas de emergência

A ministra da Saúde, Marta Temido, lamentou este domingo a morte de quatro profissionais na queda do helicóptero do INEM e agradeceu toda a “dedicação, empenho e coragem das equipas de emergência médica ao serviço do socorro em Portugal”. Num comunicado publicado no Portal da Saúde, o Ministério da Saúde presta homenagem às vítimas e apresenta “sentidas condolências” aos familiares, amigos das vítimas e a todos os profissionais do INEM.

A ministra da Saúde “enaltece e agradece toda a dedicação, empenho e coragem das equipas de emergência médica ao serviço do socorro em Portugal”, lê-se no comunicado. Marta Temido deslocou-se esta madrugada de domingo a Valongo, onde se deu o incidente, onde disse que foi com “enorme consternação” que teve conhecimento da “perda de quatro profissionais de saúde em funções no momento em que regressavam do cumprimento do seu trabalho”.

Manifestou ainda a sua “solidariedade profundíssima para com o INEM, para com todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde” e deu “uma palavra de pesar muito sentida aos familiares” e um agradecimento à Proteção Civil e “a todos os colegas” que estiveram no local.

Quem são as quatro vítimas da queda do helicóptero do INEM?

Município de Macedo de Cavaleiros fala de “perda irreparável”. Ordem dos Médicos frisa uma “missão heróica”

Também o município de Macedo de Cavaleiros manifestou “o seu mais profundo pesar pela perda de quatro vidas humanas” no acidente com a aeronave do INEM. “Uma perda irreparável de quatro profissionais que consagraram a sua vida a salvar a vida dos outros, ao serviço da Emergência Médica, como sucedeu, aliás, na ativação deste voo”, escreve a Câmara em comunicado.

Em comunicado, a Ordem dos Médicos também lamentou o acidente. “O espírito de missão destes profissionais, que faleceram ao serviço da Humanidade, ajudou a salvar muitas vidas”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães frisa que “são um exemplo para todos nós de coragem, resiliência e dedicação a uma causa maior, salvar vidas. Uma missão heróica que honra todos os portugueses”.