Quase um terço das pessoas que escolheram fazer as compras de Natal através da Internet foi vítima de ciberataque por parte de hackers que lhe roubaram as credenciais financeiras. E mais de um quarto delas nunca recuperou o dinheiro que lhes foi retirado das contas.
Essas são as conclusões do mais recente relatório da empresa de softwares de segurança Kaspersky Lab, que alerta: “O Natal, o Ano Novo e época de saldos em janeiro de 2019 são alguns dos momentos mais críticos para a ocorrência de ataques por parte de hackers destinados a roubar dados bancários aos consumidores”.
Os dados da Kaspersky Lab sugerem que a vasta maioria dos consumidores — 93% dos quase 12,5 mil inquiridos pela empresa em 22 países — diz estar consciente das ameaças financeiras no online. Aliás, mais de metade diz-se preocupada com o facto de haver ciberatacantes que possam aceder aos dados financeiros. No entanto, esses ataques costumam acontecer por descuido dos próprios internautas: 36% dos inquiridos diz que não se lembra das páginas ou aplicações em que usou os dados financeiros, por isso gravam-nas nos sites. E usam passwords fáceis de decorar e, portanto, mais simples de adivinhar pelos hackers.
Uma em cada cinco pessoas que faz compras online na época do Natal admitiu que prefere gravar os dados financeiros diretamente nos telemóveis, computadores ou tablets. O problema? “Se os dispositivos forem roubados ou perdidos, os consumidores ficam em risco de perder as suas informações pessoais e o seu dinheiro. Qualquer pessoa passa a poder ter acesso à conta bancária, caso encontre as credenciais de acesso memorizadas diretamente no site ou nas notas”, alerta a Kaspersky Lab.
O estudo, “From festive fun to password panic: Managing money online this Christmas”, informa que há outros métodos de pagamentos além dos tradicionais a ganhar popularidade: há mais gente a usar campanhas de lealdade — os que permitem acumular pontos com as compras ao longo do ano — para comprar presentes. Outras pessoas têm preferido usar métodos contactless, como o PayPass e o Apple Pay, para fazer pagamentos.
No entanto, 81% continua a preferir os cartões de crédito e débito, 65% escolhe transferências bancárias e 58% prefere usar e-wallets como o PayPal. Mas essa pode ser uma realidade em mudança porque 46% das pessoas sondadas pela empresa de cibersegurança admitiu que preferia fazer compras de Natal online se tivesse garantias de que os dados financeiros estariam mais protegidos do que estão na atualidade.