Os Emirados Árabes Unidos afirmaram esta quarta-feira que tiveram resultados positivos e concretos as “conversações de reconciliação” entre os Estados Unidos e os talibãs afegãos realizadas esta semana em Abu Dhabi, segundo a agência noticiosa oficial WAM.

A conferência de dois dias para a reconciliação afegã, que reuniu representantes dos talibãs e dos Estados Unidos, com a participação da Arábia Saudita e do Paquistão, produziu “resultados tangíveis, positivos para todas as partes envolvidas”, precisou a agência.

A WAM adianta que vai realizar-se na capital dos Emirados um novo ciclo de negociações “para finalizar o processo de reconciliação no Afeganistão”.

Estas reuniões fazem parte dos esforços diplomáticos de Washington para acabar com o conflito afegão, que começou em 2001 com a invasão norte-americana para afastar os talibãs do poder.

O enviado especial norte-americano Zalmay Khalilzad disse ter tido reuniões “produtivas” em Abu Dhabi com os responsáveis afegãos e internacionais “para promover o diálogo entre afegãos para uma resolução do conflito”.

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Khalilzad indicou na rede social Twitter que se encontrou esta quarta-feira com responsáveis paquistaneses, antes de se deslocar à noite a Cabul para se reunir os líderes afegãos.

Uma equipa de negociação do Governo afegão chegou na terça-feira a Abu Dhabi para um “diálogo direto” com os talibãs e “preparar um encontro face a face entre as duas partes”, segundo o porta-voz da presidência afegã, Haroon Chakhansuri.

Os talibãs indicaram ter tido “discussões preliminares” na terça-feira com o enviado especial norte-americano, tendo um porta-voz adiantado que se focaram na retirada de tropas da NATO, na libertação de prisioneiros e na suspensão de ataques a civis por parte de forças pró-governamentais.

O porta-voz talibã Zabihullah Mujahid disse que não houve ainda conversações diretas com o governo afegão. Este é considerado pelos talibãs como um fantoche dos Estados Unidos, com quem os talibãs há muito exigem conversações diretas.

Os talibãs adiantaram ter tido discussões “exaustivas” com responsáveis do Paquistão, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, junto de quem insistiram na retirada das forças internacionais do Afeganistão.

A Arábia Saudita, o Paquistão e os Emirados Árabes Unidos foram os únicos países que reconheceram o Governo islâmico radical dos talibãs quando ele dirigiu o Afeganistão, de 1996 até à sua queda no final de 2001 devido à intervenção armada norte-americana.