Ainda não é esta quinta-feira que a SAD do Benfica, o seu assessor jurídico e os dois oficiais de justiça acusados de corrupção, no caso e-Toupeira, sabem se vão a julgamento. Pela segunda vez a decisão instrutória foi adiada e só será conhecida sexta-feira a partir das 14h30. O caso está nas mãos da juíza Ana Peres, que por motivos de saúde viu-se obrigada a mudar a data.

Os advogados que estão no processo, que na última sessão eram quase 20, foram notificados da alteração esta manhã por telefone. E esperam saber se o caso, como pede o Ministério Público, segue para julgamento, ou se a juíza Ana Peres favorece a visão dos advogados, que, por seu turno, dizem que a investigação está repleta de nulidades e que a prova não é abudante nem evidente.

Segundo o despacho de acusação, o Ministério Público acredita que o Benfica, através do seu assessor jurídico, terá conseguido junto de dois oficiais de justiça informações privilegiadas de processos que corriam em tribunal contra o clube e seus adversários, como o Sporting. Em troca receberam camisolas e acessos à zona VIP e a zonas reservadas do estádio.

Paulo Gonçalves, 49 anos, é o assessor jurídico do Benfica acusado de um crime de corrupção ativa, um de oferta ou recebimento indevido de vantagem, seis de violação do segredo de justiça, 21 de violação do segredo por funcionário, onze crimes de acesso indevido e onze de violação do dever de sigilo e 28 crimes de falsidade informática.  Refere o despacho de acusação que o assessor jurídico corrompeu José Silva, de 52 anos, que à data trabalhava no IGFEJ e dava apoio aos tribunais de Guimarães e Fafe. Este funcionário é acusado de um crime de corrupção passiva, um de favorecimento pessoal, seis de violação do segredo de justiça, 21 crimes de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido e nove de violação do segredo de sigilo, 28 de falsidade informática e um de peculato.

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Para o esquema contribuía também Júlio Loureiro, 53 anos, o oficial de justiça no Tribunal de Guimarães acusado de um crime de corrupção passiva, um de oferta ou recebimento indevido de vantagem, outro de favorecimento pessoal, seis de violação de segredo de justiça, 21 de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido e nove crimes de violação do dever de sigilo e de 28 crimes de falsidade informática.

Para o Ministério Público, a SAD compactuava com os crimes, pelo que a acusa também de um crime de corrupção ativa, um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem, 28 crimes de falsidade informática

Explicações “fugidias”, um ministro e uma acusação com onze nadas. O que cada um disse no debate instrutório do e-Toupeira