O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) registou esta quarta-feira, no primeiro dia de uma greve que decorre até 23 de dezembro, uma adesão média de 80%, segundo dados fornecidos à Lusa por aquela estrutura sindical.

De acordo com a mesma fonte, os “estabelecimentos prisionais do Linhó, Odemira, Lisboa, Torres Novas, entre outros, encontram-se com uma adesão à greve de 100%”.

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) marcou um novo período de greve entre esta quarta-feira e 23 de dezembro para exigir a revisão do estatuto profissional, coincidindo em alguns dias com uma paralisação agendada por outra estrutura sindical, o Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP), que tem uma greve entre o passado dia 15 de dezembro e 06 de janeiro.

Segundo o presidente do Sindicato Independente, Júlio Rebelo, a média de adesão à paralisação marcada por esta estrutura tem “rondado os 90% a 95%, dependendo do dia e do estabelecimento prisional”.

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A maior adesão tem ocorrido nas prisões da Grande Lisboa, adianto o sindicalista à Lusa.

Por seu turno, o presidente do SNCGP, Jorge Alves, disse à agência Lusa que para este período de greve estão asseguradas as visitas aos fins de semana, estando ainda definidos os serviços mínimos para as paralisações.

Estas greves acontecem depois de os guardas prisionais terem realizado uma outra paralisação de quatro dias e da realização de um plenário no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) que impediu a realização de visitas aos reclusos.

Este cancelamento das visitas desencadeou um motim no EPL há duas semanas com os reclusos a queimarem colchões e papéis e a partirem algum material, obrigando os guardas prisionais a “usar a força”.

No dia seguinte, os reclusos de Custóias recusaram-se a almoçar, obrigando os guardas prisionais a disparar balas de borracha para o ar para repor a ordem e no Estabelecimento Prisional masculino de Santa Cruz do Bispo, também no distrito do Porto, os prisioneiros negaram-se a jantar antes de recolherem ordeiramente às celas.

Jorge Alves recusa relacionar os protestos dos reclusos com a greve dos guardas prisionais, sublinhando que esta revolta resulta da falta de condições nas prisões, incluindo a má qualidade da alimentação.