A associação sindical dos investigadores da Polícia Judiciária decidiu manter a greve prevista para janeiro, após a reunião desta sexta-feira no Ministério da Justiça que terminou com “alguns compromissos, mas sem nada concreto”, segundo o presidente da estrutura.

Ricardo Valadas, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da PJ (ASFIC/PJ) disse à Lusa, após a reunião no ministério, que “foram assumidos compromissos por parte do Governo, mas que nada de concreto foi materializado”, não havendo, em seu entender “motivos para cancelar os dois dias de greve previstos”.

“Ficámos agradados com os compromissos assumidos, percebe-se que há trabalho feito por parte do ministério, mas apesar de nos agradar o trabalho feito continuamos na expectativa”, disse o sindicalista, ressalvando que foram dadas garantias à ASFIC que a proposta estatutária e a lei orgânica serão apresentadas em janeiro”. A ministra Francisca Van Dunem, mostrou-se, segundo Ricardo Valadas, “fortemente empenhada em abrir, em 2019, um concurso para mais inspetores”.

No início do mês, a ASFIC e os sindicatos que representam os restantes funcionários da PJ anunciaram uma greve de dois dias que, segundo Ricardo Valadas, poderão incapacitar a polícia durante cerca de 15 dias. A greve foi na quinta-feira ratificada por unanimidade pelo conselho nacional da estrutura sindical. Foi também decidido realizar uma greve ao trabalho extraordinário durante um mês.

Entre as reivindicações dos funcionários da PJ estão a revisão do estatuto profissional e a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas, uma vez que os investigadores da PJ têm uma carreira especial, como os professores. Os inspetores da PJ querem ainda um reforço de efetivos e um investimento na estrutura da Polícia Judiciária.

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