A NATO reconheceu esta sexta-feira ter tido conhecimento de relatos segundo os quais os Estados Unidos se preparam para retirar milhares de soldados do Afeganistão, mas não confirmou se foi notificada oficialmente.

A aliança militar NATO disse esta sexta-feira ter tomado nota, através dos média, dos planos do governo dos EUA para retirar até sete mil soldados do Afeganistão, numa mudança radical de estratégia de presença no conflito militar nesse país, que dura há 17 anos, com o objetivo de levar o movimento talibã à mesa das negociações.

Contudo, a porta-voz da NATO para a missão no Afeganistão, Oana Lungescu, não confirmou se a Aliança Atlântica terá sido notificada oficialmente desta decisão do governo norte-americano. “Confirmo que vimos relatórios sobre o assunto”, limitou-se a dizer Lungescu, em comunicado, assegurando que a organização já enviou perguntas às autoridades dos EUA para um cabal esclarecimento sobre essa retirada de forças.

Esta semana, os EUA também anunciaram que vão retirar os cerca de dois mil soldados no terreno de guerra na Síria, com o Presidente Donald Trump a justificar a decisão dizendo que os EUA não querem ser “o polícia do Médio Oriente”.

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Cerca de 17 mil soldados de 39 países participam na missão militar no Afeganistão, para dar treino às forças de segurança do governo afegão, frequentemente evolvidas em ambiente de combate com as forças talibãs. Nesse contingente internacional, os EUA têm a maior presença, sendo igualmente o mais influente membro da NATO, pelo que a eventual retirada das tropas norte-americanas terá um forte impacto na missão da Aliança Atlântica.

A porta-voz da NATO sublinhou que o empenho da organização nessa missão “é importante para garantir que o Afeganistão nunca mais se torne um refúgio seguro para os terroristas internacionais”. Em julho, os líderes da NATO decidiram estender o financiamento para as forças de segurança afegãs até 2024 e no início deste mês os ministros dos negócios estrangeiros dos 29 países da aliança reafirmaram o seu compromisso com o Afeganistão.

Portugal mantém 148 militares que se constituem como Força de Reação Rápida na proteção do aeroporto Hamid Karzai (HKIA), mais 23 que prestam consultoria e assessoria ao treino de militares afegãos em artilharia, e 15 elementos nacionais destacados, em funções no quartel-general.

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