Uma criança de oito anos morreu esta madrugada depois de ter sido detida juntamente com a família após terem atravessado ilegalmente a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Segundo a Associated Press, trata-se de um rapaz da Guatemala. Esta é já a segunda criança que morre sob a custódia da U.S. Customs and Border Protection, a autoridade presente nas fronteiras norte-americanas: já durante este mês de dezembro, uma menina de seis anos morreu de desidratação após ter sido detida em conjunto com a família.

EUA. Criança de 7 anos morre de desidratação depois de atravessar fronteira com família

O rapaz terá demonstrado “sinais de potencial doença” durante o dia de segunda-feira e foi transportado, em conjunto com o pai, até um hospital em Alamogordo, no Novo México. Foi diagnosticado com uma simples constipação e febre e acabou por receber alta hospitalar ainda durante a tarde de segunda-feira.

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O rapaz da Guatemala regressou ao hospital durante a noite, com náuseas e a vomitar, e acabou por morrer nas primeiras horas desta terça-feira, dia de Natal. A U.S. Customs and Border Protection, que tornou pública a notícia, adiantou que a causa de morte da criança ainda não foi determinada.

Entretanto, o Governo da Guatemala já pediu uma investigação “clara” ao caso. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guatemala disse que agentes da vigilância da fronteira “informaram do lamentável falecimento de um menor de origem guatemalteca”.

A morte de crianças sob a custódia das autoridades norte-americana pode vir a agravar-se nos próximos tempos, tendo em conta o atual perfil das pessoas que procuram entrar ilegalmente nos EUA. Os números têm demonstrado um crescimento das famílias que tentam atravessar a fronteira, levando consigo filhos menores.

“Há uma mudança dramática em relação às pessoas que estão a chegar aos EUA”, disse ao Observador Maureen Meyer, que dirige a investigação sobre o México e os direitos dos migrantes para a ONG Washington Office on Latin America (WOLA). “Já não é só o tradicional migrante masculino que vem para os EUA”, sublinhou a especialista, a propósito de um trabalho sobre quem entra nos EUA de forma ilegal e quem espera do lado mexicano da fronteira.