Donald Trump fez esta quarta-feira uma visita surpresa às tropas norte-americanas que estão na base aérea de al-Asad, no Iraque. É a primeira visita que o presidente dos Estados Unidos faz a uma zona ativa de combate. A primeira dama Melania Trump acompanhou-o na visita à base de Al Asad, tal como mostram as várias fotos divulgadas sobre esta deslocação.

Uma visita que serviu para deixar mensagens de apoio aos militares que ali estão desde 2003 no combate às forças terroristas do Estado Islâmico, e de onde, ao contrário do que anunciou para a Síria, não planeia retirar as forças militares tão cedo.

[“Já não somos totós, pessoal, e eu adoro-vos”. As palavras de Trump no Iraque:]

O presidente dos EUA aproveitou, contudo, para reagir a alguns comentários e críticas à sua recente decisão de retirar as tropas da Síria.

“Os EUA não podem continuar a fazer as guerras por todos os países do planeta. Já não somos mais os totós, pessoal. Voltámos a ser respeitados, de novo, como uma nação”, declarou Donald Trump no encontro com os militares no Iraque.

Esta semana, recorde-se, Trump foi alvo de várias críticas por ter sido o primeiro presidente desde 2002 que não realizou uma visita de Natal às tropas e por ter cancelado em novembro uma viagem à base norte-americana em Paris, devido ao mau tempo. Esta visita vem, assim, continuar a longa tradição de os líderes norte-americanos visitarem os militares em serviço em casa ou no exterior durante as festividades de final do ano. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, começou por confirmar a visita secreta de Trump no Twitter e disse que se tratou de uma forma de “agradecimento pelo seu serviço [dos militares], pelo seu sucesso e pelo seu sacrifício e para lhes desejar um Feliz Natal”.

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De acordo com a agência Reuters, Trump disse não ter planos de retirar os militares que estão no Iraque, acrescentando que poderia até utilizar o território iraquiano como base para o caso de querer “fazer alguma coisa na Síria”. “Se virmos que está a acontecer algo com o ISIS [Estado Islâmico] de que nós não gostemos, podemos atingi-los tão rapidamente e de forma tão dura que eles nem vão saber bem o que lhes aconteceu”, prometeu Donald Trump, citado pela Bloomberg News.

Já em conversa com os jornalistas sonre o mesmo tema, Trump comentou ainda que não vai ajudar mais nessa guerra nem apoiar Israel, em particular, nesse combate. “Já falei com Bibi”, revelou Trump referindo-se ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, “e reforcei que já lhes damos 4,5 mil milhões de dólares por ano. E estão a fazer um ótimo trabalho a defender-se, se virem com atenção”.

Na semana passada, o presidente norte-americano anunciou que vai avançar com a retirada dos militares que estão na Síria, depois de ter dito que as tropas conseguiram derrotar o Estado Islâmico, deixando de haver motivos para as manter no país. Esta retirada levou à demissão do secretário de Estado da Defesa, Jim Mattis.

A visita não foi anunciada previamente por razões de segurança. Donald Trump visita, assim, o Iraque quase dois anos depois de tomar posse. Barack Obama visitou o Afeganistão dois meses depois de dar início à sua presidência e George W. Bush foi ao Iraque oito meses depois de ter declarado a guerra no país.

No Iraque, os Estados Unidos contam com mais de 5.000 militares que continuam a lutar contra o Estado Islâmico, estando no território desde 2003.