Quem tivesse visto apenas os últimos 15 minutos do Fulham-Wolverhampton ficaria com a ideia de que jogar no dia a seguir ao Natal era mesmo a melhor coisa do mundo, para quem anda dentro das quatro linhas e para quem assiste fora das mesmas. Até pode ser assim mas não foi o caso: pouco futebol, poucas oportunidades, pouco interesse. Depois, as substituições fizeram mexer com o encontro e por pouco não foi um dia em cheio para Ryan Sessegnon, o menino prodígio da Premier League.

Angel Gomes tinha sido o primeiro jogador nascido em 2000 a participar numa partida da Premier League; Phil Foden foi o primeiro jogador nascido em 2000 a fazer uma assistência para golo na Premier League; Ryan Sessegnon, de 18 anos, foi o primeiro jogador nascido em 2000 a marcar na Premier League, a 20 de outubro, quando o Fulham perdeu frente ao Cardiff. Agora, o canhoto que gostava de ser como Luke Shaw mas está a ser trabalhado pelos cottagers para ser o próximo Gareth Bale entrou a meio do segundo tempo para o lugar de André Schürrle e tornou-se o terceiro mais novo de sempre a marcar no Boxing Day, apenas superado por dois nomes de peso do futebol britânico: James Milner e Michael Owen.

Formado no clube, Ryan Sessegnon chegou ao conjunto sénior na temporada de 2016/17, tendo ganho o Campeonato da Europa de Sub-19 no final dessa temporada. Já nessa altura, tinha batido dois recordes: o mais novo de sempre a marcar numa prova profissional em Inglaterra e o mais novo de sempre a marcar no Championship, o equivalente ao segundo escalão. “É um dos maiores talentos ingleses. Estou certo de que será um jogador muito importante para o clube no futuro mas tem apenas 16 anos e devemos ter cuidado com ele. É um miúdo inteligente e que trabalho muito”, destacou então o técnico Slavisa Jokanovic.

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Para ele e para Claudio Ranieri, antigo campeão inglês pelo Leicester que rendeu o sérvio no comando técnico do Fulham a meio de novembro, este Boxing Day prometia ser inesquecível, até porque depois de uma estreia a ganhar do italiano a equipa somou dois empates e três derrotas. No entanto, e mais uma vez, o Wolverhampton conseguiu ir buscar o resultado e chegou ao empate a cinco minutos do final, com Saïss a empurrar na pequena área para a baliza deserta numa jogada que passou pelos pés de João Moutinho – um dos melhores em campo –, Ivan Cavaleiro e Hélder Costa.

Saïss fez o empate a cinco minutos do final, numa jogada que passou por Moutinho, Cavaleiro e Hélder Costa (Justin Setterfield/Getty Images)

De referir que o conjunto de Nuno Espírito Santo, que vinha de uma derrota na receção ao Liverpool depois de três triunfos consecutivos (um recorde na presente temporada para a Premier League), confirmou a tendência de marcar no segundo tempo, altura em que conseguiu 75% dos seus golos no Campeonato (15 em 20).