“Mnémosyne”, uma exposição fotográfica e um espetáculo do coreógrafo e artista plástico Josef Nadj, estreia-se em Portugal, no dia 5 de janeiro, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, anunciou esta quinta-feira o Teatro Nacional São João (TNSJ).

Em comunicado de imprensa, o TNSJ indica que o convite feito ao artista Josef Nadj, para regressar a Portugal, vai efetivar-se em janeiro, no Mosteiro de São Bento da Vitória, com o projeto “Mnémosyne” (“Memória de um mundo”), primeiro com uma exposição fotográfica e, depois, com uma performance, que se apresentam pela “primeira vez em território nacional”, após a estreia na Biennale de la Danse de Lyon 2018, no passado mês de setembro, no Musée des Beaux-Arts, da cidade francesa.

O artista de origem húngara, radicado em França há mais de 30 anos, vai mostrar um trabalho “onde se convoca a arte total, numa fusão de disciplinas artísticas”. Para realizar o projeto, Josef Nadj concebeu um projeto que coloca as rãs como “modelos simbólicos do seu desejo de hibridização”, explica o comunicado de imprensa divulgado pelo TNSJ.

“Foi a visão destes animais dessecados e esmagados durante um passeio de bicicleta, na sua terra natal, que deu origem a 100 fotografias — cada uma a contar uma história”, escreve o TNSJ.

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A mostra de fotografia e vídeo e o espetáculo decorrem no Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV). A exposição vai estar patente de 5 a 25 de janeiro; o espetáculo, para maiores de 14 anos, vai poder ser visto de 17 a 20 de janeiro.

Josef Nadj, que já apresentou em Portugal os quadros vivos de “Les Corbeaux” (2011) e o espetáculo de teatro artesanal e poético de “ATEM le souffle” (2012), conduz agora o espetador a uma caixa preta, uma espécie de microcosmos do mundo — “Mnémosyne” –, onde o coreógrafo cruza linguagens da representação e da dança, a uma curta distância do público.

“Mnémosyne” é um “tributo pessoal e transversal a “Atlas”, o projeto inacabado do historiador alemão de arte Aby Warburg, e “uma autêntica obra de arte total: ao mesmo tempo instalação, performance e exposição”, adiantou Marylène Malbert, jornalista e crítica de arte moderna e contemporânea, após uma entrevista ao artista Josef Nadj.

A apresentação de “Mnémosyne” no Porto é a primeira da obra, desde a estreia em Lyon, abrindo uma digressão que também passa por Cherbourg, Brest, Bruxelas e Paris, ao longo do primeiro semestre.

Josef Nadj nasceu em Kanjiza, Voivodine, enclave de língua húngara, na Sérvia. Formado em Belas-Artes, em Budapeste, fixou-se em Paris, no início dos anos de 1980, onde teve formação em dança contemporânea e trabalhou com profissionais como Sidonie Rochon, Mark Tompkins, Catherine Diverrès e François Verret.

Estreou-se como coreógrafo com “Canard Pékinois” (1987), o primeiro de cerca de 40 espetáculos criados desde então, levados a palcos de mais de 50 países, num trabalho em que combina a sua formação plástica com a dança. Nesse processo cabem nomes que vão do universo literário de Samuel Beckett, Franz Kafka ou Henri Michaux à pintura de Miquel Barceló e à música de Akosh Szelevényi ou Joëlle Léandre.

Josef Nadj foi artista convidado de iniciativas como o Festival d’Avignon e a Quadrienal de Praga, dirigiu o Centro Nacional de Coreografia de Orleães, em França, de 1995 a 2016, e fundou a sua própria companhia, Atelier 3+1, em 2017. Recebeu as insígnias de Cavaleiro das Artes e das Letras, em 2002, e de Oficial das Artes e das Letras, em 2011.

A sua obra mais recente, “Mnémosyne”, ficará no Porto, no Mosteiro de São Bento da Vitória, até 25 de janeiro. O preço dos bilhetes para o espetáculo é de dez euros, estando em cena às quintas-feiras, às 19h e às 21h, e às sextas-feiras, às 19h, às 21h e às 23h. No sábado, “Mnémosyne” pode ser visto às 17h, 19h, 21h e 23h e, no domingo, tem hora marcada às 16h e às 18h.