O secretário-geral do PCP divulgou esta quinta-feira a sua mensagem de ano novo. Jerónimo de Sousa antecipa um ano em que os portugueses vão ser confrontados com várias escolhas difíceis, mas todas com uma mesma possível solução possível: o caminho “patriótico e de esquerda”, tantas vezes proclamado e apontado pelos comunistas.

Na mensagem divulgado pelo partido, o líder do PCP traça um cenário de divisão transversal aos vários atos eleitorais que vão marcar o ano político em 2019. Sem nunca falar em eleições, Jerónimo de Sousa ensaiou o discurso de apelo ao voto. E fê-lo utilizando uma estratégia que já se lhe conhece: empurrando o PS para o lado do PSD e do CDS – a “direita” -, etiquetando os três partidos como aqueles que estão colados “às imposições de Bruxelas”, e ignorando o Bloco, tentando colocar-se na pole position da corrida ao voto da esquerda.

Assim, o PCP é apresentado pelo seu secretário-geral como o único partido capaz de combater “a política ao serviço dos monopólios, de submissão ao euro e às imposições da Comissão Europeia que PS, PSD e CDS têm imposto ao país”. E para responder de antemão às críticas que pudessem ser feitas ao partido por ter apoiado, nos últimos três anos, um governo precisamente do PS, que não fez frente a Bruxelas, o líder comunista reconhece que, apesar das conquistas, “está muito por fazer”. “São grandes os constrangimentos que impedem de ir mais longe nas respostas aos graves problemas do país, que persistem”, acrescentou.

Para Jerónimo de Sousa é impossível fazer o país progredir se a obediência em relação às instituições europeias se mantiver. “O ano de 2019 será um ano de escolhas”. E foi o mais perto que teve de pronunciar a palavra proibida – eleições. Portugal vai ter de escolher “entre a opção de avançar ou de manter o país amarrado à dependência do exterior”, assegura. E perante este cenário, o secretário-geral do PCP diz ter “confiança no futuro do país”.

Para o fim, e depois de pintar uma perspetiva de escolhas difíceis e comprometedoras, manifestou esperança. “É possível fazer de 2019, com a luta dos trabalhadores e do povo, não só um tempo de esperança, mas de novos e mais decisivos avanços na melhoria das condições de vida do nosso povo”, concluiu Jerónimo de Sousa.

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