“Temos de levar com este mês de janeiro”, atirou Sérgio Conceição no final do encontro em que o FC Porto venceu o Belenenses no Jamor por 2-1. Quando falava, o tema dizia respeito ao mercado de Inverno. Antes o técnico tinha abordado a importância do primeiro reforço dos dragões, Fernando Andrade (ex-Santa Clara), para os últimos cinco meses de temporada; depois, refletiu sobre o grau de imprevisibilidade que existe sempre nesta fase. “Se alguém vier e bater a cláusula de algum jogador, não podemos fazer nada. Muitos treinadores queixaram-se, mesmo na reunião de treinadores da UEFA”, acrescentou. No entanto, o tema podia dizer só respeito ao mês que se avizinha para os azuis e brancos. Também aí, será tudo menos fácil.

O legado de Pedroto na maior das vitórias de Sérgio Conceição (a crónica do Belenenses-FC Porto)

Contas feitas, o FC Porto terá no mínimo sete encontros para fazer, que podem subir para oito caso consiga o apuramento para a final da Taça da Liga; destes, apenas dois serão no Dragão. E já há pelo menos dois clássicos confirmados. Vejamos: depois da deslocação à Vila das Aves, na próxima quinta-feira, os comandados de Sérgio Conceição recebem o Nacional no dia 7 e acabam a primeira volta do Campeonato em Alvalade frente ao Sporting, no fim de semana seguinte. Na semana seguinte, mais dois jogos como visitante: Leixões, para os quartos de final da Taça da Portugal, e Desp. Chaves, para a Primeira Liga. No dia 22, em terreno neutro (Braga), mais um clássico, desta vez diante do Benfica na meia-final da Taça da Liga que, em caso de triunfo, vale presença numa final que terá Sp. Braga e Sporting. Nos últimos dias de janeiro, a equipa recebe ainda o Belenenses.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Janeiro será um mês de risco para os dragões depois de um ano de sonho: em 52 semanas, o FC Porto realizou 52 jogos oficiais, somou 41 vitórias, apontou um total de 113 golos e conquistou dois títulos, um deles o tão desejado Campeonato depois do tetra do rival Benfica. Em paralelo, só em 2018 foram estabelecidos ou igualados quatro recordes – 88 pontos na Primeira Liga, mais dois do que o anterior melhor que pertencia a José Mourinho; 16 pontos na fase de grupos da Liga dos Campeões, como tinha acontecido em 1996/97 com António Oliveira no comando; cinco triunfos consecutivos na Champions, feito que nunca tinha obtido pelo clube; e 16 vitórias consecutivas contando com todas as competições, superando a marca de Artur Jorge nos anos 80. Próxima meta? Ganhar a Taça da Liga, único troféu que Pinto da Costa nunca conseguiu enquanto presidente.

Em paralelo, e no resumo dos números neste ano civil que chega esta segunda-feira ao fim feito pelo Playmakerstats, Felipe surge como o verdadeiro patrão imprescindível da equipa, sendo o jogador com mais jogos (48) e minutos (4.350) à frente de outros titulares indiscutíveis como Herrera, Alex Telles ou Iker Casillas.

Olhando apenas para os golos, dois dados que acabam por confirmar uma tendência por demais conhecida neste FC Porto: por um lado, Marega, que esta tarde/noite no Jamor conseguiu pela primeira vez uma série de seis encontros consecutivos a marcar, foi o melhor marcador dos azuis e brancos com um total de 25 golos e a curiosidade de ganhar sempre que marca; por outro, Alex Telles, que deu mais um golo a Soares num livre lateral, a terminar como rei das assistências (16, o dobro do segundo elemento com mais passes decisivos, Otávio, que se encontra neste momento lesionado).

“Estamos contentes com a vitória. Era mais um objetivo, como no ano passado, em que chegámos à Final Four. Lembro-me perfeitamente que perdemos nas meias-finais, em penáltis, e, por isso, este ano queremos mais do que isso, queremos ganhar esta competição. Hoje era importante vencer e estar de ouvidos no outro jogo. Acho que houve emoção e acho que a Taça da Liga, hoje, é vivida de forma diferente do que no início, como se percebe pelos apurados. Foi também a 16.ª vitória, um recorde para o clube. Para mim é bom porque coincide com a passagem às meias-finais. E é isso”, comentou Sérgio Conceição.

Também para o técnico azul e branco, mesmo relativizando os números e os recordes em detrimento das vitórias jogo a jogo, há um desafio em aberto para janeiro: igualar ou superar a melhor marca de triunfos consecutivos em Portugal que pertence a um dos seus antigos treinadores, Jorge Jesus, quando ganhou 18 partidas seguidas em 2010/11. Para igualar essa marca, o FC Porto terá de vencer Desp. Aves e Nacional; para superar, o objetivo que se segue é… o Sporting, em Alvalade.