O ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang permanecerá detido na África do Sul até 8 de janeiro, indicou, esta terça-feira, fonte da polícia sul-africana.

O porta-voz da polícia, Vishnu Naidoo, confirmou ao portal News24 que Manuel Chang permanecerá sob custódia até voltar a ser ouvido em tribunal, no próximo dia 8 de janeiro.

Manuel Chang, 63 anos, ex-governante e actual deputado da Frente de Libertação da Moçambique (Frelimo), o partido no poder em Moçambique desde 1975, compareceu brevemente no tribunal em Kempton Park, leste de Joanesburgo, na segunda-feira, adiantou.

Vishnu Naidoo precisou ainda que o ex-ministro das Finanças de Moçambique poderá ser extraditado para os EUA.

O governo sul-africano do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) ainda não se pronunciou sobre a detenção na África do Sul do dirigente da Frelimo.

Manuel Chang foi preso no sábado no Aeroporto Internacional de Oliver Tambo, em Joanesburgo, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos, em 27 de setembro, por alegado envolvimento em crimes financeiros, que ascendem a 2.000 milhões de dólares.

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De acordo com a polícia sul-africana, Manuel Chang não é o único suspeito sob investigação do FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA), por envolvimento nos alegados crimes.

Os EUA acusam Manuel Chang de conspiração para fraude eletrónica, conspiração para fraude com valores mobiliários e lavagem de dinheiro.

Manuel Chang foi ministro das Finanças de Moçambique durante a governação do Presidente Armando Guebuza, entre 2005 e 2010, antecessor de Filipe Nyusi.

Durante o mandato ministerial de Manuel Chang, o executivo moçambicano avalizou dívidas secretamente contraídas à margem do parlamento a favor de três empresas públicas alegadamente criadas para o efeito nos sectores da segurança marítima e pescas, entre 2013 e 2014.