Era a piada mais fácil de fazer e foi talvez aquela que mais se foi lendo nos comentários ao primeiro jogo da Premier League em 2019, entre Everton e Leicester: se estava a ser jogado às 12h30 de dia 1 e não tinha propriamente muita qualidade no plano técnico, era efeito da ressaca da noite anterior. Muito típico, tão típico como a improbabilidade de ser essa a justificação para um encontro com muita luta mas que não teve muitas oportunidades. A cidade de Liverpool anda em festa, com ou sem celebrações do Ano Novo, porque existe cada vez maior esperança de que os reds podem mesmo quebrar o jejum de Campeonatos esta temporada; no caso da outra equipa rival (e vizinha), há poucas razões para sorrir. Agora, ainda menos.

Depois de nomes como Wayne Rooney, Dimitar Berbatov, Fernandinho ou Harry Kane terem marcado o primeiro golo de cada ano civil da Premier League, esse “prémio” tocou agora ao internacional inglês Jamie Vardy, que decidiu a partida para a equipa de Leicester pouco antes da hora de jogo (57′). Mais uma vez com um nome que se começa a tornar incontornável neste percurso dos foxes: Ricardo Pereira, que voltou a jogar como ala no conjunto de Claude Puel, aproveitou um erro da defesa contrário para fazer a assistência para o 1-0 final, depois de já ter marcado ao Manchester City na última ronda.

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O Everton confirmou o pior momento da época e soma apenas uma vitória nos últimos oito encontros realizados na Liga, averbando nesse período um total de cinco derrotas (mais dois empates). E tudo começou no inacreditável desaire em Anfiel Road frente ao rival Liverpool, com o único golo da partida a surgir no último minuto dos descontos depois de uma autêntica rosca de Van Dijk que levou a bola de forma caprichosa a bater na trave antes do desvio decisivo de Origi. Numa temporada em que os toffees estiveram particularmente ativos no mercado de verão, a posição de Marco Silva começa a estar tudo menos confortável, como se percebeu pela reação dos adeptos da cada no final do jogo.

Já o Leicester, que começou a época de forma irregular, voltou aos triunfos num encontro de maior dificuldade, tal como já tinha acontecido na deslocação a Londres para defrontar o Chelsea (1-0) ou na receção ao Manchester City (2-1). Mais uma vez com Ricardo a funcionar como carrasco de portugueses: depois de começar a temporada com uma grande exibição em Old Trafford frente ao Manchester United de José Mourinho (1-2), o antigo jogador do FC Porto fez uma assistência no triunfo por 2-0 com o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, Rui Patrício, João Moutinho Diogo Jota e companhia, marcou ao Manchester City de Bernardo Silva e teve agora também a assistência decisiva no triunfo diante do Everton de Marco Silva.