O governo brasileiro autorizou esta sexta-feira o envio de tropas federais para reforçar a segurança em Fortaleza, capital do estado do Ceará, que registou pelo menos 43 ataques criminosos nos últimos dois dias.

Cerca de 300 homens e 30 patrulhas da Força Nacional de Segurança Pública serão enviados nesta sexta-feira para o Ceará onde devem agir por 30 dias em questões de segurança e suporte para a polícia”, diz um comunicado divulgado pelo Ministro da Justiça e Segurança Nacional, liderado pelo ex-juiz Sergio Moro.

O novo ministro disse que os reforços podem ser estendidos, se necessário. “A decisão foi tomada após os episódios de violência e as dificuldades das forças locais para combater o crime organizado sem ajuda”, acrescentou o comunicado.

O Ministério da Justiça brasileiro indicou que para enviar os reforços solicitados pelo governo regional do Ceará levou em conta a gravidade dos eventos e a necessidade de garantir a segurança.

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Uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro, que assumiu a Presidência do Brasil na terça-feira passada, é endurecer a luta contra o crime.

Os ataques no Ceará que levaram ao envio de reforços da polícia foram registados entre a noite de quarta-feira e a madrugada desta sexta-feira, em todos os municípios que fazem parte da região metropolitana da capital estadual, Fortaleza, e visavam principalmente autocarros, prédios públicos e até bancos.

As autoridades investigam se os ataques são uma represália das organizações criminosas contra medidas anunciadas pelo governador do Ceará, Camilo Santana, para reformar a administração das prisões estaduais.

O Ceará foi o terceiro estados brasileiro que mais registou mortes mais violentas em 2017, com uma taxa de 59,1 mortes por cada 100 mil habitantes.

Antes de autorizar o envio de tropas federais para Ceará, Sergio Moro já havia anunciado na quinta-feira que os agentes da Polícia Federal e do Departamento de Administração Penitenciária deste estado brasileiro receberam ordens para cooperar com as investigações aos ataques.

O ministro também ofereceu cotas em prisões federais de segurança máxima para que o estado do Ceará possa enviar os prisioneiros mais perigosos atualmente nas prisões regionais.