A ONU considerou esta sexta-feira que a repressão levada a cabo pelo poder na República Democrática do Congo (RD Congo) contra as vozes dissidentes pode voltar-se contra o próprio poder depois do anúncio do resultado das eleições gerais de domingo.

“A intimidação e o assédio contra jornalistas, candidatos da oposição e defensores dos Direitos Humanos prosseguem”, denunciou, em Genebra, a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos do Homem, Ravina Shamdasani.

“Durante este período muito sensível, muito tenso, tememos que estes esforços para silenciar a oposição possam ter um efeito inverso considerável, logo que forem anunciados os resultados”, continuou a responsável, apelando a “todas as partes” para que não recorram à violência.

A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) da RD Congo deverá anunciar no próximo domingo o resultado do escrutínio que escolheu o sucessor de Joseph Kabila, que abandona a presidência do país ao fim de quase 18 anos no poder. A igreja católica congolesa, que afirma conhecer o nome do vencedor das eleições de domingo passado, pediu publicamente à CENI para anunciar os resultados o mais depressa possível “no respeito pela verdade e justiça”.

No mesmo registo, os Estados Unidos apelaram esta quinta-feira às autoridades eleitorais na RD Congo a “respeitarem” a escolha dos congoleses através da publicação dos resultados “exatos”, sob pena de, em caso contrário, o país vir a sofrer a imposição de sanções.

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