O deputado do partido alemão Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha, AfD na sigla original), Frank Magnitz, foi alvo de um ataque violento, alegadamente feito por três homens encapuzados, esta segunda-feira.

De acordo com o relatório policial, mencionado pela Deutsche Welle, tudo terá ocorrido na Goetheplatz, em Bremen, cidade onde o deputado tinha responsabilidades partidárias. A polícia alemã explica que lançou uma investigação e que está a tratar o caso como estando perante um “ato motivado por questões políticas”, devido ao cargo de Magnitz num partido ligado à extrema-direita, eurocético e anti-imigração.

O próprio AfD reagiu em comunicado e deu detalhes sobre o ataque que ocorreu na tarde de segunda-feira. “Eles bateram-lhe com um pedaço de madeira até ele ficar inconsciente e depois ficaram a dar-lhe pontapés no chão”, declara o partido, explicando que o ataque terá sido interrompido graças à intervenção de um trabalhador da construção civil. Para o AfD — que acompanha o comunicado com uma fotografia gráfica de Magnitz no hospital, onde é visível um ferimento profundo na cabeça do deputado —, este é “um dia negro para a democracia na Alemanha” e o partido acusa alguns partidos de esquerda, como os sociais-democratas do SPD, de apoiarem os ativistas Antifa (grupos de esquerda anti-fascistas que recorrem por vezes à violência).

Alguns políticos alemães já condenaram o ataque. O deputado do SPD Johannes Kahrs declarou que “a violência nunca é aceitável” e classificou como “lixo” qualquer forma de extremismo. Também um dos líderes nacionais dos Verdes, Cem Özdemir, se associou às críticas:

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Não há justificação para a violência, nem sequer a que é contra o AfD”, tweetou o político. “Quem combate o ódio com ódio permite ao ódio que vença no final.”

Este não é o primeiro incidente de violência contra o partido nos últimos tempos. Na semana passada, a polícia alemã deteve três homens, em Döbeln, por suspeitas de estarem envolvidos numa explosão que ocorreu na sede local do partido, não provocando feridos. Os suspeitos, contudo, acabaram por ser libertados por falta de provas.

O AfD entrou pela primeira vez no Parlamento nacional nas últimas eleições, conquistando 13% dos votos e 94 lugares. A sua influência estende-se a todas as zonas do país, onde tem membros eleitos também nos parlamentos regionais.