São os primeiros números do INE a confirmar os efeitos da greve dos estivadores no Porto de Setúbal. As exportações portuguesas de bens caíram 8,7% em novembro, em termos homólogos, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística. A entidade recordou que outubro as exportações tinham subido 5,3%.

A quebra deveu-se “à diminuição verificada no comércio Intra-UE e no comércio Extra-UE, sendo de destacar o decréscimo das exportações de material de transporte, maioritariamente de automóveis para transporte de passageiros, em 29,4% (contributo de -5,7 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga do total das exportações de bens), que estará associado à greve dos estivadores no porto de Setúbal”.

Já as importações aumentaram 11,5% (5,4% em outubro), com as importações de material de transporte a registarem um acréscimo de 21,3% (com um contributo de 3,4 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga do total das importações), em resultado fundamentalmente da aquisição de outro material de transporte (aviões), sinaliza o INE.

No passado dia 14 foi assinado um acordo entre o sindicato dos estivadores SEAL e os operadores portuários, sob mediação do Governo, para o regresso ao trabalho dos estivadores do porto de Setúbal.

Este acordo prevê a passagem imediata a efetivos de 56 trabalhadores precários (mais 10 a 37 numa segunda fase) e o levantamento de todas as formas de luta, incluindo a greve ao trabalho extraordinário.

O acordo pôs fim a um conflito com os estivadores precários de Setúbal que recusavam apresentar-se ao trabalho desde o dia 05 de novembro e garante também a prioridade na atribuição de trabalho aos atuais trabalhadores eventuais que não sejam integrados nos quadros dos operadores portuários, face a outros que ainda não estejam a laborar no porto de Setúbal.

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