Francisco George classificou o caso de António Peças, o médico do INEM de Évora que se recusou a transportar um idoso com um AVC e uma mulher com um aneurisma, como “absolutamente inaceitável” e “intolerável”. Em declarações à TSF, o antigo diretor-geral da Saúde defendeu que a situação tem de ser analisada de “forma rápida” e “até às últimas consequências”. “Isso é absolutamente essencial para que todos os portugueses e portuguesas tenham confiança nos serviços do INEM que, como se sabe, são absolutamente indispensáveis”, afirmou.

Admitindo que o impacto do caso é “seguramente” negativo, George considerou que, caso se confirme a situação “relatada”, “o presidente do INEM e a sua direção, bem como as autoridades do ministério da Saúde”, terão de “tomar medidas de correção e disciplinares sobre o assunto”. Mas, para que isso aconteça, é preciso primeiro ouvir António Peças. “Não há qualquer tipo de verdade sem que seja ouvido, em termos de contraditório, aquilo que tem a dizer o médico do INEM“, afirmou o presidente da Cruz Vermelha. “A ser verdade o que é relatado — como tudo indica — é uma situação absolutamente inaceitável, intolerável e que tem de ter consequências a todos os níveis”.

Os outros casos e as chamadas que afastaram o médico do INEM: um idoso com um AVC e uma mulher com um aneurisma

António Peças foi afastado do INEM de Évora depois de ter recusado em diversos momentos a transportar doentes de helicóptero. Numa das situações, ocorrida em outubro de 2018, Peças terá fingido estar indisposto para não evitar um trabalho. O médico estaria, à mesma hora, numa tourada. Noutros dois casos, revelados pelo Observador, o profissional resistiu a transportar um homem de 82 anos, que tinha dado entrada no Hospital de Évora com um AVC, e uma mulher de 37 anos com um aneurisma, que se encontrava no Hospital de Faro e que acabou por morrer. Peças está agora a ser investigado pelo Ministério Público.

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